Preço das mensalidades nas faculdades de Goiânia tem aumento de até 30%
Situação levou aluno a trocar de faculdade e alguns a pensar em desistir do sonho
Com o retorno às aulas no ano de 2022, os alunos das instituições particulares de ensino superior em Goiânia foram surpreendidos com um reajuste no preço das mensalidades além do esperado, com acréscimos de até 30%.
Esse aumento é bem superior a taxa de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 10,06% em 2021.
O Portal 6 conversou com diferentes estudantes do município que nos contaram as dificuldades de se manter na faculdade com estes novos valores.
Felipe Caetano, por exemplo, teve que trocar a Faculdade de Tecnologia SENAI de Desenvolvimento Gerencial (Fatesg) ao bater o olho em um reajuste de 14% na mensalidade, o que não estava previsto no contrato.
“O preço estava por volta dos R$ 620 e subiu para R$710. Devido a isso, acabou complicando o prosseguimento na faculdade”, relatou.
Desse modo, o estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas optou pela transferência e se mudou para o Centro Universitário de Goiás (Unigoiás).
“Com o desconto de 60% na mensalidade, a mensalidade está em R$260. Só de não ter que pagar tão caro já é satisfatório”, pontuou o jovem de 18 anos.
Já uma estudante do quinto período de psicologia, que pediu para não ser identificada, apontou que houve uma situação parecida na UniAlfa, onde ela estuda na unidade do Setor Bueno.
“Não sei como está em outros cursos, mas no que eu faço, a mensalidade era de R$620 e agora é de R$ 800 e poucos, se pagar no dia. Se atrasar, pode chegar até R$900”.
“Durante a pandemia o preço ficou igual, mesmo com a gente pegando aulas remotas. No início desse semestre que aumentou assim” destacou.
Na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), a estudante de Jornalismo Cecília Sampaio, de 19 anos, chegou a cogitar deixar o curso, após o novo reajuste de mensalidades.
“Durante algum tempo eu pensei [em abrir mão da faculdade], mas eu já estou na metade e eu sei que esse é meu sonho, o que eu quero seguir, quero continuar até o fim”.
Segundo a jovem, os valores para o quinto período de jornalismo subiram R$ 200, chegando a R$ 1.730. Ela, que veio de Pires do Rio, na região Sudeste de Goiás, explicou que esse custo adicional dificulta a permanência dela na capital.
“Dói no fundo da alma. Eu sei que para me manter estudando em Goiânia exige muito da minha mãe. Mesmo eu fazendo estágio, é ela quem acaba me bancando”, contou.
A reportagem do Portal 6 tentou contato com as assessorias de comunicação da Fatesg, PUC Goiás e UniAlfa, mas até o fechamento da matéria, nenhuma delas havia respondido.