Casos de mulheres que descobrem gravidez em exames rotineiros é mais comum do que se imagina em Goiás

Diagnósticos acontecem de diversas formas e especialista alerta para perigos da descoberta tardia da gestação

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Casos são comuns em Goiás. (Foto: Jorge Araújo/Folhapress. Digital)

O que era para ser apenas um simples exame mudou completamente a vida de Raissa Gabriela, de 19 anos. Ao ser atingida por uma bola enquanto jogava futebol, ela começou a passar mal e teve que ser levada às pressas ao pronto socorro.

Ao Portal 6, Raissa contou que já estava com sintomas como enjoo e vômito há cerca de um mês, mas sem saber o que de fato era. Ao realizar uma ultrassonografia, ela descobriu que estava grávida.

“Senti um completo desespero quando me falaram que eu estava grávida, mas tive o apoio da minha família o que me ajudou bastante a passar pelo momento”, conta.

A descoberta tornou-se ainda mais reveladora quando ela soube que já estava com sete meses de gestação, faltando apenas dois para o parto.

“Eu descobri com sete meses, então não deu muito tempo de pensar nas consequências ou ficar triste. Eu fiz os exames que ainda eram possíveis de se fazer, pois alguns só são feitos antes dos três meses quando o feto é menor, e fui atrás de comprar as coisas que precisava”, afirma.

Raissa Gabriela comemorando o aniversário de 01 ano da filha. (Foto: Arquivo Pessoal)

Apesar de raro, o caso de Raissa não é isolado e ocorre com uma certa frequência segundo o Dr. Rodrigo Teixeira Zaiden, ginecologista obstetra da clínica Cedine, em Goiânia.

De acordo com ele, muitas mulheres procuram um atendimento médico sem ao menos suspeitarem que estão grávidas e acabam descobrindo por meio de exames que não são os mais indicados para o processo.

“Muitas mulheres não percebem as alterações corporais que estão sofrendo durante o período. Há casos que presenciei, de mulheres que se queixam de sintomas diferentes dos comuns e descobrem a gravidez com cinco ou seis meses”, revela.

Apesar de divergirem entre uma gestação e outra, as principais queixas apresentadas pelas pacientes são de dores abdominais, náuseas, vômitos, mudança no apetite e enjoos.

“Depende muito de cada caso e também da noção da mulher sobre o próprio corpo. Como a gravidez não é planejada, muitas acham que são outra coisa e não se atentam as mudanças”, diz.

Rodrigo alerta para o risco de que ao descobrir tardiamente, a saúde da criança pode ser comprometida, já que alguns exames e tratamentos para doenças devem ser feitos em até três meses.

“Até os três meses, há exames para identificar doenças mais graves e tratá-las. Quando ela descobre a gravidez tardiamente, muito tempo já se passou e pode não ser possível impedir o agravamento da doença”, comenta.

Mesmo com o susto da surpreendente revelação, Raissa afirma que só mudaria o tempo que descobriu a gravidez para se preparar melhor para a filha que completou recentemente 01 ano.

“Eu só mudaria o tempo que eu soube para conseguir estudar tudo o que era de melhor para ela. Consegui aleitamento materno exclusivo nos primeiro seis meses, uma introdução alimentar saudável, estudar sobre educação respeitosa, mas sinto que se tivesse mais tempo não passaria por alguns desafios”, expressou.

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