A poucos dias do fim da campanha, cobertura vacinal contra Influenza não chega a 50% em Goiás
Com a chegada do inverno, especialista avalia que baixa imunização pode levar a sobrecarga do sistema público de saúde
O baixo índice de vacinação contra a Influenza em Goiás preocupa especialistas e autoridades devido a chegada do inverno.
O acúmulo de doentes neste período, que favorece a circulação do vírus, pode pressionar os serviços de saúde no estado.
O Ministério da Saúde chegou a prorrogar a campanha até a próxima sexta-feira (24), porém, a poucos dias do fim, a cobertura vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado está em 49,5%.
O Portal 6 teve acesso aos dados da imunização, fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), nesta segunda-feira (20).
Dos sete grupos de risco, apenas os povos indígenas superaram a meta de cobertura, com 106,3% das pessoas imunizadas.
Primeiras a serem vacinados na ação, as gestantes (32,1%), puérperas (32,6%) e crianças de 6 meses a 6 anos (38,1%) têm o menor percentual.
Por outro lado, os professores (48%), os idosos (55,3%) e os trabalhadores em Saúde (56,9) superaram a média geral.
Contudo, segundo a médica infectologista Leticia Aires, os números ainda são insuficientes para um cenário de tranquilidade.
“É um percentual muito baixo e preocupante. O ideal é que esse contingente esteja acima de 85% de cobertura vacinal, semelhante ao que é estipulado para a Covid-19”, explica.
A especialista destaca que, neste ano, o Ministério de Saúde visava alcançar a meta mínima de 90%, de forma homogênea, para reduzir as complicações e mortes nesses grupos em decorrência da influenza.
“A vacinação é a forma mais segura de proteção contra a doença. As pessoas que integram os grupos prioritários têm mais possibilidade de desenvolver síndromes respiratórias graves que levam à internação e podem ocasionar morte”, alerta.
O inverno, com início nesta terça-feira (21), deve complicar ainda mais a situação.
“Com a baixa imunização, você começa a ter vírus circulando demais sem a barreira dos vacinados. Além de afetar a saúde do cidadão em si, os casos graves de influenza podem sobrecarregar o sistema de saúde, dificultando o acesso para toda a população”, afirma.