Com voos caros, goianos escolhem ônibus para as férias: “prefiro avião, mas o importante é chegar sem sangrar o bolso”

Índice de inflação apontou um crescimento de 24,77 % nos preços de passagens aéreas em Goiás

Isabella Valverde Isabella Valverde -

As férias de 2022 reservaram uma mudança para muitos viajantes. Se antes a opção era pelo avião, agora o ônibus virou o meio de transporte de muita gente em Goiás.

Tudo isso porque a inflação para as passagens aéreas está nas alturas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a passagem aérea é o item que mais pesa no bolso dos goianos.

A passagem é a grande vilã da vez, com crescimento de 24,77 % nos preços. Diante disso, diversos goianos decidiram prezar pelo bolso e trocar as viagens de avião por um meio mais econômico: os ônibus.

Ana Carolina Pacheco é analista de marketing e precisa viajar em média a cada três semanas. Pensando na economia, a profissional trocou os céus pela estrada.

“Hoje utilizando o buser. Eu gasto, em média, ida e volta, de Belo Horizonte para Goiânia, R$ 300. Uma passagem aérea, normalmente, não sai por menos de R$ 1 mil”, relatou ao Portal 6.

Se engana quem pensa que não existe conforto no trajeto de ônibus. Ana Carolina revelou que considera o meio terrestre até mesmo mais confortável e que o único ponto negativo é o tempo de viagem.

“É até mais confortável, porque há mais espaço entre as poltronas e reclinam bastante [leito]. O único ponto negativo são as horas de viagem mesmo. Em média, é 14 horas de ônibus. De avião, seriam duas, por aí”, afirmou.

A aposentada Divina Rodrigues viajou recentemente de Anápolis para São Paulo. Ela estava acostumada a viajar de avião para a capital paulista, mas preferiu abrir mão neste ano.

“Deixei para comprar de última hora e as passagens aéreas estavam com o preço muito elevado. Em 2020, paguei R$ 300 para viajar de avião. Agora, quando olhei, estavam perto de R$ 1 mil”, contou.

Ela optou então pelo ônibus, que saiu por R$ 470. “A comodidade não é a mesma, mas pelo menos pude garantir uma economia”, disse.

Quem também precisou trocar o meio de transporte para não sofrer prejuízos foi a gerente de projetos e negócios de Anápolis, Betty Mae.

“O transporte aéreo traz comodidades incríveis em relação a economia de tempo e praticidade. Porém, com as altas de preços de combustíveis, as linhas de ônibus são alternativas mais econômicas para quem tem disposição ou condições de fazer um deslocamento com mais tempo”, pontuou.

Com a rotina corrida de trabalho, apenas nesta semana Betty precisou fazer o trajeto Anápolis-São Paulo por duas vezes, sem contar com as viagens de volta.

“As últimas viagens foram demandas de ultima hora e passagens aéreas estão muito caras. Além disso, a linha que escolhi oferece mais conforto do que os assentos convencionais da classe econômica e tem horários que são favoráveis à minha agenda. Pensando no custo benefício, foi uma boa escolha”, compartilhou.

“Prefiro avião, mas… o importante é chegar no destino sem sangrar o bolso”, destacou a gerente de projetos e negócios.

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