Artista curitibana fica revoltada após ter desenho vandalizado em Goiânia

Obra, feita a convite do Festival Lambe-Lambe, retrata a própria desenhista nua amamentando o filho

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Artista curitibana fica revoltada após ter desenho vandalizado em Goiânia
Bruna Alcantara. (Foto: Arquivo Pessoal)

A região Central de Goiânia é conhecida por ser uma espécie de painel a céu aberto. Por essa parte da capital, é possível encontrar diversos grafites e obras de diferentes artistas. O que costuma dá um ar cosmopolita para a cidade, também é local de ‘manifestações’ nada republicanas.

Foi o que viveu na pele a artista visual curitibana Bruna Alcântara, de 33 anos, na última terça-feira (19). Menos de 12h após expor um autorretrato, nua, amamentando e, com destaque na vagina, o trabalho foi ‘parcialmente’ destruído. Parcialmente, por que a vagina foi o foco do vandalismo.

A artista veio a convite dos organizadores do Festival Internacional de Lambe-Lambe, que ocorre na na Avenida Tocantins com a Rua 09, no Centro de Goiânia. 

Indignada, Bruna buscou as redes sociais para lamentar e explicitar o ato ocorrido.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Ela explica que nunca havia passado nada semelhante ao longo de 10 anos de carreira.  

“É a primeira vez que vejo tanto ódio contra uma mãe amamentando seu filho. Terem tirado apenas a representação da vagina, é muito significativo: é violento!”, disse a autora em entrevista ao Portal 6.

Por outro lado, recebeu bastante  apoio dos internautas por meio das redes sociais. 

“Tive um amparo super legal nas redes sociais, onde fiz o desabafo. Teve muita gente de Goiânia e de outros lugares falando comigo por comentário e no privado e me dando força, dizendo pra continuar”, contou. 

 

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Uma publicação compartilhada por Bruna Alcantara (@brunaalcantara.00)

Apesar da repressão, ela afirma que o ato não irá impedi-la de continuar trabalhando no segmento e lutando pela igualdade dos gêneros. 

“Vou continuar: é minha arte, minha alma e minha causa – a libertação dos corpos femininos e a igualdade de gênero ainda tem muito trabalho pela frente. Não é meia dúzia de reacionários que vão nos calar”, desabafa.

Até o fechamento desta matéria, os responsáveis pela retirada da obra não foram identificados.

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