Por que conseguir alugar um imóvel em Goiânia se tornou uma tarefa árdua

Vice-presidente do Sindicato das imobiliárias e condomínios do Estado de Goiás (Secovi) detalhou ao Portal 6 as causas

Emilly Viana Emilly Viana -
Por que conseguir alugar um imóvel em Goiânia se tornou uma tarefa árdua
Visão panorâmica de Goiânia. (Foto: Divulgação/Secom)

O preço médio do aluguel residencial em Goiânia aumentou 19,55% no primeiro semestre de 2022. A alta acumulada neste ano é a maior entre as 11 capitais do país analisadas em pesquisa do índice Fipezap.

Ao Portal 6, o vice-presidente do Sindicato das Imobiliárias e Condomínios do Estado de Goiás (Secovi), José Humberto Carvalho, destaca que dois fatores pesaram para o crescimento: a retomada após a pandemia e o aumento no preço dos imóveis.

“Os valores estavam um pouco defasados, porque seguramos na pandemia e fomos negociando bastante. Agora, com o custo dos imóveis subindo, isso também impactou o aluguel, com a alta em insumos como concreto e aço”, explica.

Além disso, o que sustenta a ascensão desde janeiro, é a intensificação na procura por locação aliada a pouca demanda. “Nunca tivemos um estoque de apartamentos tão baixo para atender os goianienses. Acreditamos ser por conta do crescimento populacional e por uma melhora na economia, impulsionada pelo agronegócio”, avalia.

Com o cenário, o setor deixou de calcular a locação residencial pelo índice do IGP-M. Também chamado ‘inflação de aluguel’, o indexador costuma ser base da maioria dos contratos para o reajuste.

“Como são poucos imóveis disponíveis, os locatários estão negociando menos e preferem o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] ao IGP-M, já que este tem ficado abaixo do primeiro”, afirma.

Perspectivas

Apesar da alta, a variação do aluguel residencial em Goiânia foi negativa em junho, de 0,25%. “Normalmente, nesta época do ano, já é comum essa desaceleração. Por conta das férias, a tendência é que o índice caia em julho também”, observa o vice-presidente do Secovi.

Para o restante do ano, a perspectiva é de estabilização. “Em agosto e setembro a locação volta a ter melhora, mas em outubro já temos as eleições que deixa incerto o cenário econômico para os investidores. Então, na minha visão, teremos um segundo semestre mais cauteloso, mas estável”, pondera.

Emilly Viana

Emilly Viana

Jornalista formada na Universidade Federal de Goiás. Escreveu para o Portal 6 até fevereiro de 2023.

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