Após perder a visão em acidente, jovem goiano encontra forças no futebol
Homem já era fascinado por esportes antes da tragédia e decidiu entrar de cabeça no ramo
“Quando eu fui jogar bola pela primeira vez depois da tragédia foi o melhor dia da minha vida desde que tudo aconteceu“, revelou o goiano Maicon Rodrigo de Almeida, de 26 anos, vítima de um grave acidente de trânsito que acabou o deixando cego.
Enquanto dirigia para ir buscar a mulher no trabalho, em 12 setembro de 2021, o rapaz acabou batendo na traseira de um carro – motivo que causou a deficiência atualmente. Após ficar 18 dias internados e mais 8 em tratamento, o rapaz teve o diagnóstico confirmado no dia 11 de outubro do mesmo ano.
“Quando a enfermeira me contou que eu não podia enxergar foi um verdadeiro soco no meu rosto. Foi um choque, rápido, mas eu desconfiava pois não estava enxergando antes”, revela ao Portal 6.
Mas nem mesmo a descoberta foi capaz de interromper os sonhos de Maicon. Ele – que era um verdadeiro apaixonado por futebol – viu uma oportunidade de se reinventar por meio de uma iniciativa da gerência de Desporto Paralímpico, da Secretaria Municipal do Esportes (SMESP).
De acordo com o homem, tudo começou após um amigo o apresentá-lo ao grupo e o levá-lo para treinar juntamente com outros jogadores portadores da mesma deficiência que ele
“Gostava de jogar por hobbie mesmo e nunca pensei que eu ia chegar em um lugar pra jogar depois do acidente. Poder fazer isso de novo, que é algo que gosto bastante foi emocionante. Eu não esperava”, ressalta.
Quem pensa que é fácil, está enganado. Para entrar para a equipe, é necessário saber manusear muito bem a ‘bola no pé’ e resistir a rotina de treinamento preparada pelo treinador da equipe.
Segundo Maicon, os treinos têm duração média de 2 horas por dia e acontecem de segunda, quarta e sexta-feira.
“É um time que tem um sonho alto de disputar grandes coisas, então tudo o que eu puder fazer para ajudar e estiver ao meu alcance, eu farei” afirma.
Porém não é só a equipe que também almeja um grande crescimento. Segundo o rapaz, o próximo passo é tentar se profissionalizar na área e garantir vitória para a equipe.
“Eu percebi que tem pessoas iguais a mim e que minha vida não acabou por conta da deficiência. Me tornei bastante comunicativo e já consigo até ir nos lugares sozinhos por conta do futebol”, diz.