Derrota eleitoral de primeira-dama pesa sobre projeto de reeleição de Rogério Cruz, diz cientista político

Tendência, segundo especialista, é que o prefeito de Goiânia receba mais pressão e ataques a partir do próximo ano

Emilly Viana Emilly Viana -
Derrota eleitoral de primeira-dama pesa sobre projeto de reeleição de Rogério Cruz, diz cientista político
Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e primeira-dama, Thelma Cruz. (Foto: Reprodução / Instagram)

O fracasso eleitoral da primeira-dama de Goiânia, Thelma Cruz (Republicanos), que não conseguiu se eleger deputada estadual, é mais um ingrediente de pressão sobre o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). É o que avalia o cientista político Robert Bonifácio.

Ao Portal 6, o especialista diz que o revés “se soma à já conhecida inabilidade de gestão, aos conflitos cotidianos de poder entre os diversos grupos políticos relevantes e a impopularidade do prefeito entre os goianienses”. Segundo ele, com o mandato chegando à metade, a expectativa é que a partir do ano que vem, Cruz sofra muitos ataques, que podem levar à desistência do projeto político de reeleição em 2024.

Robert aponta que ter a máquina pública a favor, como é o caso de Thelma Cruz, dependendo das circunstâncias, pode não ser determinante para o sucesso eleitoral. “Em geral, servidores são coagidos a expressar apoio público à candidatura apoiada pelo prefeito. Acontece que isso não tem o efeito esperado se a candidatura não convence os servidores, que no silêncio e anonimato das urnas acabam optando por outra alternativa”, discorre.

Assim, segundo o cientista político, a demonstração pública de força da candidatura pode ser um ‘engodo’. “Atrapalha a estimação de votos e a definição da estratégia de campanha. Isso pode ter acontecido com a Thelma”, analisa.

Bases divididas

A candidata teve, ainda, apoio da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), onde Rogério Cruz foi pastor. “A igreja, especialmente a IURD, sempre é um fator preponderante de sucesso nem eleições legislativas. Mas neste ano ela ficou dividida, o que atrapalhou os planos da candidata”, pondera.

Para Robert Bonifácio, os candidatos Quirino (Republicanos), Clécio Alves (Republicanos), Felipe Côrtes (Podemos) e Henrique Arantes (MDB), que dividem grande parte das bases de eleitores de Thelma, pelo Paço e pela Igreja, também influenciaram o resultado. “Isso serviu para passar percepção de relativa fraqueza da candidatura da primeira-dama e para dividir votos e apoios”, indica.

Autoavaliação

Um dos líderes do Republicanos em Goiânia, o vereador Isaías Ribeiro não acredita que houve voto dividido entre os candidatos. “Quirino ficou pelo Entorno do Distrito Federal, Thelma mais mais focada na capital. Tinha tudo pra ser eleita, é muito comunicativa e foi bem recebida pelo povo, mas a política também tem surpresas, veja o caso do Wilder Morais”, declara.

O partido, segundo o parlamentar, lamenta a derrota da primeira-dama, mas está satisfeito com o resultado para a Assembleia Legislativa. “Ela foi bem votada, faltou pouco. De qualquer forma, acreditavam que íamos fazer só um candidato, mas terminamos com dois”, ressalta.

Emilly Viana

Emilly Viana

Jornalista formada na Universidade Federal de Goiás. Escreveu para o Portal 6 até fevereiro de 2023.

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