Empresas citadas em investigação tiveram mais de R$ 12 milhões em contratos em Anápolis

Uma dos CNPJs, sozinho, teve metade dos valores. Ao todo, dez companhias investigadas pelo MP foram contratadas por Prefeitura ou Câmara

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Empresas citadas em investigação tiveram mais de R$ 12 milhões em contratos em Anápolis
Fachada do Centro Administrativo da Prefeitura de Anápolis, na Avenida Brasil. (Foto: Rafael Tomazeti/ Portal 6)

As dez empresas citadas na 2ª fase da Operação Limpeza Geral, deflagrada na quarta-feira (07), pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), totalizaram, entre 2011 e 2022 R$ 12.425.219,75 em contratos com Prefeitura e Câmara de Anápolis.

Apenas com o Poder Legislativo os contratos somam R$ 507.552,88 em seis contratos. O Executivo fechou 51 acordos com essas companhias, num total de R$ 11.917.666,87.

Sozinho, o CNPJ cujo o nome fantasia é Alcione Souza dos Reis – ME, conseguiu alcançar a metade do valor total, tendo prestado os mais diversos serviços. Ao todo, a empresa somou um total de R$ 5.729.308,57, com 25 contratos firmados juntamente com a Prefeitura. 

A Nilson Promoções Artísticas Ltda vem logo em seguida, alcançando um somatório de R$ 4.631.442,36 em serviços prestados, sendo esse total também exclusivamente para o Poder Executivo.

MP suspeita que empresas são de fachada

A investigação do MPGO aponta que as empresas são de fachada e pertencem a empresários de um grupo criminoso que atuou em Anápolis e outros 33 municípios do estado. Eles teriam obtido R$ 300 milhões em contratos desde 2009.

Esses CNPJ’s eram controlados por laranjas e usados para simular concorrências em licitações fraudulentas. Os promotores também suspeitam que os membros do grupo, inclusive com envolvimento de agentes públicos, forjavam a contratação direta, ou seja, sem licitação das empresas para viabilizar desvios de recursos públicos, por serviços ou bens que não eram executados ou entregues.

O que diz a Prefeitura de Anápolis

Todos os contratos com as empresas citadas foram firmados antes das informações preliminares trazidas pela  “Operação Limpeza Geral” sobre possíveis fraudes que tinham como objetivo lesar o poder público municipal. Vale ressaltar que a Prefeitura de Anápolis figura neste processo como vítima da possível organização criminosa apontada na operação e que está auxiliando as autoridades competentes em todas as demandas solicitadas.

O que diz a Câmara Municipal 

A Câmara Municipal de Anápolis esclarece que, até o momento, não foi citada, intimada e sequer notificada por qualquer autoridade pública ligada à referida investigação. As informações conhecidas são aquelas até então publicadas pela imprensa. A Câmara Municipal de Anápolis reafirma sua disposição em, caso solicitadas pelas autoridades competentes, prestar quaisquer informações.

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