Ponte histórica de Goiás corre risco de “ruir com próprio peso”, aponta Ministério Público

MP recomendou à Secretaria de Cultura que tome providências para a recuperação da obra, considerada patrimônio histórico e cultural do estado

Emilly Viana Emilly Viana -
Ponte história de Pires do Rio, em Goiás. Foto: acervo da Promotoria de Justiça de Pires do RioPonte histórica de Goiás corre risco de “ruir com próprio peso”, aponta Ministério Público
Ponte história de Pires do Rio, em Goiás. Foto: acervo da Promotoria de Justiça de Pires do Rio

Um dos principais patrimônios históricos e culturais da região Sudeste de Goiás tem sério risco de desmoronar se não for recuperado pelo Governo Estadual. A ponte Epitácio Pessoa, que liga o município de Pires do Rio a Uturaí, apresenta “péssimas condições de conservação” e pode “ruir com o próprio preso”, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Tombada como Patrimônio Histórico e Cultural do estado, a ponte possui raízes ligadas à antiga Estrada de Ferro Goyaz. Diante do valor histórico, o MP recomendou à Secretaria Estadual de Cultura (Secult) que adote as providências técnicas necessárias para a recuperação e preservação da obra de forma permanente. Entre as medidas que deveriam ser adotadas está a realização de vistorias e definição de cronogramas.

Além da possibilidade de desabar sem interferência externa, o laudo técnico divulgado pelo Ministério Público aponta que há oxidação de trilhos e estruturas de suporte e que há estado de abandono da superestrutura. A perícia considerou “deploráveis” as condições de conservação da obra, que teve abertura da estrutura tomada pelo mato, sem cercas, avisos ou medidas de segurança quanto ao acesso.

De acordo com a Secretaria de Cultura, a última vistoria realizada no local foi feita em 2013. Na ocasião, foi levantada a necessidade de identificação dos proprietários de imóveis próximos à ponte. A elaboração de projeto de restauro e sua execução também foram pontuados pela pasta, assim como a identificação de possíveis parceiros para a realização dos serviços.

Em nota ao Portal 6, a Secult informa que a recomendação do MP ainda está sendo apreciada pela área técnica, mas que já está acompanhando a situação do imóvel. A pasta alega que as ações desenvolvidas até o momento foram de vistoria e de fiscalização “em cumprimento às responsabilidades legais estabelecidas pela legislação competente”.

A Secretaria tem 60 dias para informar se irá acolher ou não recomendação e divulgar as providências tomadas.

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