Na contramão de outros crimes, violência contra a mulher cresce pelo segundo ano consecutivo em Goiás

Feminicídio é o crime que mais cresceu em 2022; Secretaria de Segurança Pública detalha o que será feito para reduzir violência

Emilly Viana Emilly Viana -
Na contramão de outros crimes, violência contra a mulher cresce pelo segundo ano consecutivo em Goiás
Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher. (Foto: Arquivo/Portal 6)

Os crimes relacionados à violência contra a mulher tiveram aumento pelo segundo ano consecutivo em Goiás. As informações são da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) e chamam a atenção diante de um cenário de redução em outros tipos de delitos, como aqueles contra o patrimônio e os violentos letais.

De acordo com os dados da pasta, em 2022, 38.470 ocorrências referentes a violência de gênero foram registradas no estado. Isso significa que, a cada dia, 105 mulheres sofreram algum tipo de agressão. Em 2021, este número foi de 37.583 – 2,3% menor do que neste ano.

O aumento é ainda mais expressivo quando a comparação é feita com 2018, período mais antigo a constar no relatório da pasta. São 14.748 registros à época, o que indica um crescimento de 160% nos últimos quatro anos.

O crime com maior porcentagem de crescimento é também o mais grave. Em 2022, 57 mulheres morreram por fatores relacionados à misoginia ou discriminação de gênero enquanto 2021 contra 27 vítimas em 2021. O cenário indica uma alta de 111% no número de feminicídios.

Os números fazem parte de um balanço divulgado em evento da SSP nesta quarta-feira (25). Na ocasião – embora a violência doméstica tenha passado batido no material de divulgação do Governo Estadual -, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Renato Brum, detalhou o que a pasta fará para tentar reduzir os índices.

“São várias as estratégias. Primeiro o incremento do batalhão Maria da Penha que, diga-se de passagem, é o único no país. As delegacias especializadas também estão sendo reforçada, nós instalamos duas salas lilás na polícia técnico científica e estaremos fazendo uma divulgação ampla. A melhor forma de conter o feminicídios é a prisão, então também faremos operações, pois estes agressores têm que ir para a cadeia”, declarou.

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