Mãe homenageia filho que faria 18 anos se não tivesse sido morto por empresário embriagado em Anápolis
À época, a caminhonete em que o garoto estava foi atingida por outro veículo que furou sinal vermelho e estava em alta velocidade
Três anos após perder Emanuel Felipe Pires Martins, aos 15 anos, vítima de um crime de trânsito em Anápolis, a mãe, Michelle Pires, colocou um emocionante outdoor no bairro Jundiaí em homenagem ao filho.
Ao Portal 6, ela contou que o garoto completaria 18 anos no último domingo (12) e, como forma de deixar a memória dele viva e até mesmo alertar os anapolinos sobre os perigos do trânsito, decidiu fazer o painel publicitário.
No outdoor, uma mensagem chama a atenção de quem passa: “dirigir embriagado, avançar o sinal vermelho em alta velocidade é brincar de roleta russa”.
O crime que tirou a vida de Emanuel ocorreu em 2020, no entanto, a falta de justiça segue deixando o coração de Michelle despedaçado.
“Dói porque foi a minha vida que parou desde aquele dia. Foram os sonhos do Emanuel que foram enterrados naquele dia. O autor segue aí com seu direito de ir e vir. De celebrar e comemorar todas as datas possíveis, afinal a vida é curta, né? E disso ele deve entender”, afirmou.
Na época, a caminhonete em que o garoto estava foi atingida violentamente por outro veículo que era pilotado pelo empresário Christiano Mamedio da Silva, que estava bêbado e havia furado um sinal vermelho.
Atualmente o caso se encontra no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a mãe lamenta que não tenha sido encerrado, mas reafirma que segue mantendo as esperanças para um júri popular.
“Em qualquer país sério esse caso já teria sido julgado. Melhor dizendo, esse caso nem teria chegado nesse patamar, visto que o autor já é reincidente e foi preso por dirigir embriagado. Porém, a Justiça é tudo que temos, então dentro do que temos até aqui sigo confiante que será feita em algum momento. Importante não perder as esperanças no que temos”, pontuou.
Desde o dia do acidente, Michelle afirma precisar lutar diariamente para conseguir se manter forte, enfrentando a dor, que é repleta de desafios.
“Sangra todos os dias e eu sinto sua partida todos os dias. Claro que eu acato todos os pequenos alívios que sinto. Sempre que estou melhor eu aproveito muito isso, mas minha vida mudou de uma forma absurda, além do que todos os dias eu preciso encontrar mecanismos que me façam vencer gatilhos emocionais, que seja um áudio dele, que seja eu passar no local do ocorrido, que seja deparar com o envolvido”, ressaltou.