MST ocupa terra que foi utilizada como cativeiro para tráfico internacional de mulheres em Goiás
Esquema foi desmantelado em 2009 e, desde 2016, local se tornou patrimônio da União em 2016

Uma fazenda em Hidrolândia, região Central de Goiás foi ocupada por Integrantes femininas do Movimento Sem Terra (MST), na madrugada deste sábado (25). São cerca de 600 mulheres que estão no local reivindicando que o espaço seja transformado em assentamento. A ação integrou um pacote de iniciativas do grupo para o mês da mulher.
O terreno não foi escolhido por acaso. Isso porque até 2009, a Fazenda São Lukas era abrigada por uma quadrilha internacional que utilizava o local para aprisionar dezenas de mulheres, muitas delas adolescentes, que posteriormente eram traficadas para a Suíça e submetidas a exploração sexual.
Muitas delas eram oriundas de municípios como Anápolis, Goiânia e Trindade. O grupo chegou a ser listado pela Interpol como foragidos internacionais.
O esquema foi mantido por 03 anos e a quadrilha, composta por 18 pessoas, foi condenada em 2009. O imóvel se tornou patrimônio da União em 2016.
A intenção é transformar o lugar, onde antes elas eram abusadas e exploradas, em moradia e fonte de alimento para centenas de mulheres. A ação integrou a chamada “Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra”, que ocorreu em 23 estados do Brasil e em Zâmbia, na África.
Leia também
- Motociclista não consegue evitar batida e câmeras flagram acidente na Avenida Pedro Ludovico
- Moradores de Aparecida de Goiânia terão cinema a céu aberto; saiba como participar
- Dono de império de postos de combustíveis em Goiás é irmão de alvo da Polícia Federal
- Morre jovem baleada durante festa de som automotivo em Goiás
O grupo justifica a atitude, afirmando que, segundo o Instituto de Pesquisas Econômica Aplicadas (IPEA), os casos de feminicídio aumentaram 121,4% em Goiás, entre 2019 e 2022. Em 2021 foram registradas 322 ocorrências de estupro e mais de 15 mil ameaças contra mulheres.