Relembre dia em que Ayrton Senna voou pelos céus de Anápolis em um jato da Força Aérea
Ídolo da Fórmula 1, piloto deve ser reconhecido em breve como patrono do esporte brasileiro
Um dos maiores nomes da história do automobilismo e ídolo até hoje pelos feitos em vida, Ayrton Senna pode ser nomeado como patrono do esporte no Brasil.
Isso porque o Senado aprovou, na última quarta-feira (29), um projeto de lei com esta medida e, agora, o texto segue para sanção presidencial.
Inspiração para inúmeras pessoas pelo que fez dentro de um carro de Fórmula 1, o piloto é também lembrado em Anápolis por um dia em que voou pelos céus da cidade.
A data em questão foi 29 de março de 1989. O esportista tinha acabado de ganhar o primeiro campeonato mundial, em 1988, e está iniciando uma nova temporada da categoria.
Naquela época, a competição ficou marcada pela feroz competição entre o brasileiro e o piloto francês Alain Prost, tanto dentro das pistas quanto fora delas.
No entanto, Ayrton tirou um dia para conhecer a Base Aérea de Anápolis. Lá, ele foi recebido por militares do 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA) e do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), que havia organizado a visita.
Na sede do Esquadrão Jaguar, Senna cedeu entrevistas à imprensa, recebeu equipamentos para o voo e instruções para embarcar no jato Mirage III.
Quem comandou aquele voo foi o tenente-coronel Alberto de Paiva Cortes, que havia recém-assumido o Comando do 1º GDA.
Ayrton já tinha alguma experiência de voo na época, tendo pilotado aviões pertencentes à família dele. No entanto, ele queria algo diferente: quebrar a barreira do som.
Como a altura ameniza a sensação de velocidade, a aeronave teria que voar o mais próximo possível ao solo. Atendendo ao pedido do automobilista, foi exatamente isso o que o piloto do Mirage fez.
Após sair do chão, o jato subiu até 36 mil pés (aproximadamente 11 km) e o Tenente-Coronel Cortes começou a fazer as manobras.
Ele acelerou até romper a barreira do som, atingindo a velocidade de Mach 1.4, correspondente a 1.728 km/h. Em um rasante, o Mirage III chegou a Mach 0.95 (1.173 km/h), surpreendendo fotógrafos e cinegrafistas que tentavam registrar o voo.
Ao contrário de muitos que não estão acostumados com a força G, Ayrton não demonstrava enjoo ou abatimento, conversando bastante e mostrando sinais de empolgação.
Ele chegou inclusive a receber o controle da aeronave, sob a orientação do Comandante do Esquadrão. Foram feitas duas passagens sobre a Base Aérea e algumas manobras com o caça.
Senna ainda ficou por mais algum tempo com o esquadrão após o voo. Nisso, ele trocou lembranças e recebeu um certificado do voo supersônico, e levou consigo a tarjeta do macacão personalizada com seu nome e o brevê da FAB.
Hoje, o Mirage III matrícula FAB 4904 utilizado em 1989 está exposto para visitação no Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro (RJ).
Na fuselagem do supersônico, estão registrados os nomes dos tripulantes e a data daquele voo, que entrou para a história.