Operação mira médicos de Goiânia que cobravam por atendimentos feitos pelo SUS

Estima-se que mais de 600 pacientes tenham sido vítimas. Valor obtido pelos profissionais pode passar de R$ 1 milhão

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Operação mira médicos de Goiânia que cobravam por atendimentos feitos pelo SUS
(Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

A Operação Puerperium da Polícia Civil (PC) cumpriu, nesta sexta-feira (26), oito mandados de busca e apreensão contra médicos de Goiânia suspeitos de realizarem cobranças indevidas por serviços custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), os crimes aconteceram entre os anos de 2014 e 2016 e foram cometidos por seis profissionais da área que atuavam em um hospital particular da capital que é conveniado ao SUS.

A estimativa é que mais de 600 pacientes tenham sido vítimas e que o valor obtido pelos profissionais tenha passado de R$ 1 milhão.

Conforme as investigações, um dos crimes era realizado contra mulheres grávidas internadas na unidade de saúde e que iriam realizar partos cesarianos.

Segundo a PC, os suspeitos cobravam  entre R$ 1.800 e R$ 2.800, que poderiam ser parcelados ou não, para autorizar a internação das pacientes, concretização do procedimento e acomodação posterior em leitos de enfermaria.

Os investigados também exigiam o pagamento para procedimentos cirúrgicos de angioplastia coronária. Na prática, a pessoa era levada até o hospital para o tratamento de arritmia, mas, ao chegar no local, era informada pelo profissional de que o SUS não cobria a colocação de stent – tubo que é colocado dentro de uma artéria e visa mantê-la aberta – e, por isso, teria que pagar.

Em algumas situações, os médicos também cobravam a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) por supostos procedimentos realizados na área de cardiologia em pacientes atendidos pelo SUS, mediante a apresentação de laudos de eletrocardiogramas idênticos para dois pacientes distintos.

Até o momento, 216 vítimas já prestaram depoimento em auditorias da SMS. Outras 390 ainda serão ouvidas até o final da investigação.

Os investigados devem responder pelos crimes de concussão e falsidade ideológica em continuidade delitiva.

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