PC prende organização criminosa que vendia medicamentos falsos que quase levaram pacientes à morte
Remédio de alto custo é importante para pessoas com deficiências imunológicas graves e que necessitam de respostas rápidas ao tratamento
Um paciente quase morreu e precisou ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um renomado hospital de Goiânia após ter sido medicado com um fármaco falso de alto custo.
A situação não é pontual e acendeu alerta para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que comunicou vários registros idênticos, em diversas regiões do Brasil, nos quais foram encontrados os mesmos produtos de procedência ilegal.
Assim, a Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (01º) uma organização criminosa instalada em Abadia de Goiás – após mais de um ano de investigação.
O grupo, composto por Sidney Donizetti Pereira Júnior – que exercia a posição de líder, e o próprio pai, Sidnei Donizetti Pereira – que atuava como gerente – vendia o medicamento imunoglobulina falsificado. O produto é receitado para imunossuprimidos e pacientes com deficiências imunológicas graves em situações emergenciais.
Na investigação, foi representado pela quebra de sigilo fiscal da empresa, ficou constatado que inúmeras unidades de imunoglobulina foram vendidas a vários hospitais particulares, planos de saúde e órgãos públicos de saúde de diversos estados brasileiro.
Mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Abadia de Goiás, onde está instalado a empresa Farma Med – a qual não possuía as autorizações e a estrutura necessárias para a comercialização desse tipo de medicamento classificado como termolábeis, ou seja, que necessita de armazenamento e refrigeração especiais.
Além deles, foram presos Jilmar Rodrigues Trindade e Rosimar Rodrigues dos Santos, que atuavam com apoio logístico e Agmar Bruno da Silva era o “laranja”.
Vale ressaltar que que eles possuem um registro de fachada na Bahia, chamado Bahia Med, por meio do qual vendiam os produtos procedentes da Farma Med.
Em áudios, armazenados nos celulares e computadores apreendidos, os agentes encarregados encontraram conversas nas quais os gestores combinam a remarcação de validades dos frascos e também fotos que mostravam a conservação inadequada dos medicamentos.