Efeitos do fenômeno El Niño são mais imprevisíveis em Goiás, apontam especialistas
Ele é caracterizado por um aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico, na região próxima à linha do Equador

O famoso fenômeno natural El Niño está de volta. O retorno foi oficialmente confirmado por cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, em inglês), dos Estados Unidos, na última quinta-feira (08).
Ele é caracterizado por um aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico, na região próxima à linha do Equador.
Durante as aulas básicas de geografia, nos acostumamos à ideia de que a costa do Brasil é banhada pelo Oceano Atlântico, o que dá uma certa sensação de tranquilidade ao se pensar na distância do Pacífico.
O fenômeno climático, entretanto, é tão impactante que protagoniza uma inversão dos ventos que carregam essa água superaquecida, que é trazida junto da umidade diretamente para a região da América do Sul.
Tradicionalmente, o El Niño tem efeitos mais diretos e previsíveis nas regiões Norte/Nordeste e Sul do Brasil. Porém, o Centro-Oeste se destaca por uma maior imprevisibilidade das mudanças climáticas.
Ao Portal 6, a coordenadora do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás, Elizabete Alves Ferreira explicou esse cenário.
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Ela ressaltou que as condições são mais variáveis no estado, mas que alguns efeitos podem ser antecipados, especialmente se o fenômeno acontecer com maior intensidade.
“Ele traz um atraso na chegada das chuvas e as temperaturas ficam mais elevadas a partir de julho e agosto, alcançando o pico de elevação em setembro/outubro”, afirmou.
“Essa incerteza do período chuvoso pode ter efeitos também na agricultura, gerando uma insegurança na questão de plantar”, completou a especialista.
O cenário foi amparado por Eduardo Argolo, PhD em Sensoriamento Remoto e climatologista da Estação Meteorológica da UniEvangélica, que também foi ouvido pela reportagem.
“Essas anomalias no regime climático podem trazer consequências para o dia a dia e impactar a agricultura, especialmente pela redução das chuvas e uma possível escassez de água”, sustentou.