Goiano é o primeiro brasileiro a receber título de liderança no Exército dos EUA
Honraria é concedida apenas a militares que demonstram excelência em domínio das habilidades, conhecimentos e conduta ao longo do curso
Aos 40 anos, o goiano Antônio Caiado vive nos Estado Unidos desde 2005 e, após 18 anos, recebeu uma medalha pelo título de liderança nesta quarta-feira (14). Chamado “Distinguishe Honor Grad”, o reconhecimento é dado pelo treinamento de liderança mais avançado do exército estadunidense, feito pela Academia de Sargento Major, no Texas.
Ao Portal 6, o militar contou um pouco do passado e das dificuldades vividas, antes de conseguir concluir os estudos e definir os planos de carreira.
“Comecei a trabalhar muito cedo. Já fui engraxate, vendia pães às 4h antes da aula, picolés, e salgados na feira aos domingos. Hoje busco mostrar que é possível, que nós brasileiros podemos alcançar muitos lugares”, expressou.
A trajetória de sucesso começou em Mossâmedes, cidade que fica a 151km de Goiânia e tem apenas 5 mil habitantes. Em solo goiano, ele se esforçou e conseguiu se formar em Ciência da Computação, mas decidiu então explorar novos horizontes e buscar uma nova carreira fora do país.
Ele então estudou inglês, conseguiu a cidadania estadunidense e, finalmente, ingressou no Exército Americano. Após os percalços, o militar agora figura no panteão de militares de alta patente e reconhecimento. O título é concedido apenas a militares que demonstram excelência em domínio das habilidades, conhecimentos e conduta ao longo do curso.
Após chegar onde havia sonhado, Antônio expressa gratidão pelas origens que teve e orgulho da nacionalidade que carrega. A conquista mostra um horizonte e pode abrir portas para outros goianos que sonham com a carreira militar fora do Brasil.
“Não represento apenas a mim. Acredito que também represento meu país de origem. Estou em um lugar que não é só por mim, é por toda uma trajetória”
Experiência
Dentre as atuações marcantes desempenhadas, está a missão de intervenção no Afeganistão entre 2010 e 2011. À época, ele era primeiro sargento e fazia parte do comando responsável pela proteção da força americana em diversos países ocupados no Oriente Médio.
Dez anos depois, retornou à região e atuou por nove meses entre o Egito e o Líbano, com apoio da base americana montada no Kwait, região da península do Sinai. Nos dias atuais, ele integra a reserva, mas ainda é convocado.
A missão que enfrenta no momento é conciliar a carreira no serviço público federal, atuando no departamento de comércio exterior como examinador de patentes, e as funções que executa pelo Exército.
“Conciliar as duas carreiras é um desafio. Tenho de fazer vários treinamentos por mês e posso ser chamado a qualquer momento para servir”, finalizou.