Em crescente, cenário de rap em Goiânia é visto com grande potencial por produtores: “referência”
Recentemente, capital foi a casa do maior festival do gênero no Brasil - o Rap Mix
Em um período de apenas dois meses, Goiânia – reconhecida nacionalmente como a capital da música sertaneja – será a casa de dois importantes festivais de rap.
A alta demanda por shows ao vivo de artistas de alcance nacional reforça a tendência de crescimento do gênero, que diverge do gosto tradicional da região.
Na última semana (09), o Rap Mix, maior festival de rap do Brasil, encheu o Estádio Serra Dourada com nomes de destaque do cenário, como Racionais MC’s, Filipe Ret, Poze do Rodo, Djonga, Hungria, entre outros.
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Quase dois meses depois, no dia 05 de agosto, será a vez do Cerrado Mix entrar em cena, com a apresentação de artistas como Baco Exu do Blues, Major Rd, Yunk Vino e Cynthia Luz.
Para o produtor musical goiano, Felipe de Freitas, conhecido como KF no Beat, a chegada dos eventos é reflexo da crescente demanda pelo gênero na capital.
“O rap tem crescido muito no mundo todo. Mas Goiânia já tem algumas singularidades que apontam para a tendência, como a cultura forte de batalhas de rimas, que são o berço dos artistas, e o surgimento da rádio Moov”, disse ao Portal 6.
A rádio é dedicada exclusivamente ao R&B, rap, trap, funk e pop, comandada pelo Pedro Tobeats, DJ Big, Inà Avessa, Luz Negra, entre outros integrantes.
“Ter uma rádio só disso mostra como os gêneros estão fortes em Goiânia e alavanca ainda mais artistas, incluindo os locais. Não conheço outra rádio assim no Brasil.”, disse Felipe.
O fundador do Berço Produções, Antônio Devito, que assume o nome artístico Devito, foi outro personagem ouvido pela reportagem.
Ele aponta que há uma série de espaços e eventos que foram criados recentemente, todos voltados para o consumo de rap e subgêneros. Nesse cenário, destaca-se o Meio Bar, Geral Sports e Casa do Trap.
“Acho que qualquer pessoa dos 15 aos 25 anos escuta alguma coisa do rap hoje”, afirmou.
Ele também defendeu que o consumo de rap na capital enfrenta uma grande barreira. Para ele, Goiânia é um dos maiores centros musicais do Brasil inteiro, mas, os investimentos expressivos vão para o sertanejo. Então, artistas locais têm dificuldade em conquistar espaço nas playlists dos goianos.
“Temos muitos artistas bons, que dão a vida pela arte, mas a própria sociedade goiana não tem os ouvidos tão abertos ao rap. Então, os empresários preferem apostar em gêneros mais comerciais, como é o caso do sertanejo e agora o eletrofunk”, concluiu.






