Delegado explica o que causou desabamento da rampa do Festival Rap Mix, em Goiânia
Apesar da suspeita de superlotação, excesso de pessoas no local não cooperou para queda do espaço
O caso sobre o desabamento de uma rampa durante o Festival Rap Mix, em Goiânia, que deixou ao menos 40 pessoas feridas, ganhou um novo episódio nesta quinta-feira (27), após a Polícia Civil (PC) afirmar que o acidente aconteceu devido à montagem inadequada da estrutura.
Apesar da suspeita inicial da corporação, de que a superlotação na área tenha cooperado para a queda, o resultado de um laudo pericial revelou que o excedente de pessoas no local não contribuiu para a ação – uma vez que o espaço foi feito para ser uma possível saída de emergência.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Thiago Martiniano, a montagem da estrutura foi feita de forma precária e não cumpriu com os parâmetros corretos – como a construção da estrutura na vertical e não na horizontal – e incluiu amarrações feitas de arames.
Por isso, conforme Thiago, houve um deslocamento de sobrepeso para determinada área, maior que o previsto.
Segundo o delegado, a estrutura recebeu o aval de dois profissionais ligados às áreas de engenharia e arquitetura e ambos poderão ser responsabilizados pelo acidente.
Assim, a PC irá colher mais depoimentos dos organizadores do evento e demais funcionários a fim de apurar as demais responsabilidades. Até o momento, 60 vítimas foram ouvidas e mais 10 ainda vão prestar depoimento.
Relembre o caso
O desabamento da rampa aconteceu por volta das 23h do dia 09 de julho no Estádio Serra Dourada, localizado no Jardim Goiás.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maior parte das pessoas atendidas estava com escoriações, mas algumas tiveram ferimentos mais graves como fraturas expostas e até traumatismo crânio encefálico.
Uma das vítimas mais graves do acidente foi a estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos. Durante o ocorrido, a jovem sofreu uma fratura no crânio e precisou passar por uma cirurgia de urgência.
A garota ficou internada durante 16 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás (HUGO), mas recebeu alta hospitalar na terça-feira (25), e foi transferida para a enfermaria, após apresentar uma melhora no quadro de saúde.