‘Tive que ser forte pela minha família’, afirma anapolina que ficou tetraplégica após cirurgia de hérnia de disco

Mesmo com as adversidades, Raquel se recusou a desistir e realizou até mesmo saltos de paraquedas. Hoje, ela é inspiração para muitos

Davi Galvão Davi Galvão -
'Tive que ser forte pela minha família', afirma anapolina que ficou tetraplégica após cirurgia para tratar hérnia de disco. (Foto: Arquivo Pessoal/ Raquel Zendron)
‘Tive que ser forte pela minha família’, afirma anapolina que ficou tetraplégica após cirurgia para tratar hérnia de disco. (Foto: Arquivo Pessoal/ Raquel Zendron)

Era para ter sido uma cirurgia relativamente simples. Com o intuito de tratar de uma hérnia de disco, Raquel Zendron, de 36 anos, foi submetida ao procedimento cirúrgico no dia 03 de fevereiro de 2020.

A data está permanentemente gravada na memória da anapolina. Por motivos que nem mesmo ela sabe explicar, ao fim da intervenção, acabou sem a maior parte dos movimentos do peito para baixo. Estava tetraplégica.

Paraquedista apaixonada, um dos maiores prazeres dela era justamente rasgar os céus e sentir a adrenalina de estar em queda livre – apenas ela e o coração acelerado em meio ao ar. A perspectiva de passar os restos dos dias presa ao chão a atormentava.

“Eu não entendi direito o que tinha acontecido. Para mim, foi uma coisa maluca, mas eu pensei sempre em fazer o meu melhor, focar em respirar, enfrentar um dia de cada vez, senão não conseguiria fazer mais nada”, disse em entrevista ao Portal 6.

Raquel conta como foi a sensação do pós-operatório. (Foto: Arquivo Pessoal/Raquel Zendron)

E assim foi seguindo, fôlego após fôlego. Raquel conta que, à época, esforçava-se para aparentar estar bem, não necessariamente por ela, mas sim pelo marido e pelos pais.

“Eu pensei assim: se eu ficar mal, eles vão ficar piores ainda. Então eu tenho que ser forte”, revelou.

Porém, ela admite que, por diversas vezes, o sofrimento era tanto que não havia outra alternativa a não ser chorar, afastada dos olhares da família.

Mas muito se engana quem pensa que Raquel iria se conformar com a situação. Embora, atualmente, a condição em que se encontre seja considerada irreversível pela medicina, ela garantiu que não perde as esperanças de que, no futuro, com avanços na área, tal cenário possa ser revertido.

O mais importante agora, segundo ela, é focar na fisioterapia – rotina que já virou sagrada.

Aposentada, teve tempo de focar nas redes sociais, onde já acumula mais 130 mil seguidores, buscando inspirar pessoas que passaram por situações semelhantes a não desistirem.

“Eu acho que não tem nada mais gratificante para mim do que esse impacto que eu tenho na vida de algumas pessoas. Quando alguém chega e fala que sofreu uma lesão e já tinha perdido as esperanças, mas que viu os meus vídeos e entendeu que a história não tinha acabado, isso para mim faz tudo valer a pena”, admitiu.

A paixão pelos céus também não foi deixada para trás. Outra data também gravada na memória é justamente do primeiro salto que realizou após a cirurgia: 28 de agosto de 2021. Após ser liberada pela equipe médica, foram cinco experiências ao total. Embora não possa mais realizá-los sozinha, Raquel garante que a adrenalina a deixa tão eufórica quanto antes.

A paixão pelo paraquedismo não foi abandonada. (Foto: Arquivo Pessoal/Raquel Zendron)

Para o futuro, o plano já está basicamente traçado: aumentar a família.

“Eu e meu marido sempre quisemos ter um filho. Quer dizer, na verdade, eu quero dois né [risos], um menino e uma menina! A partir de agora, com a autorização do meu médico, vamos atrás desse sonho também”, revelou.

 

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