“Eu faria muito diferente”, diz Adriana Accorsi se estivesse no comando da Prefeitura de Goiânia
Deputada federal foi a escolhida pelo PT e disputará o comando da capital pela 3ª vez consecutiva
Adriana Accorsi (PT) está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, mas em breve a trajetória em Brasília será interrompida, pois ela foi a escolhida do PT para disputar a Prefeitura de Goiânia em 2024 pela terceira vez consecutiva.
Ao “6 perguntas para”, ela inicialmente desconversa sobre a corrida ao Paço Municipal, mas logo abraça a candidatura e afirma que tem chances de vencer.
Filha do ex-prefeito Darci Accorsi, que governou Goiânia de 1993 a 1996 pelo mesmo partido, Adriana valoriza o legado do pai e busca dar continuidade ao que aprendeu com ele.
A deputada critica abertamente a gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e aponta os rifles contra as constantes trocas de cadeiras no Paço Municipal.
Elogia Lula (PT) dizendo que o presidente é alguém que trabalha muito e estimula aliados a serem da mesma maneira.
Revela ainda que conversou com o governador Ronaldo Caiado (UB) sobre a Reforma Tributária, mas não admitiu se votará novamente a favor do texto quando o mesmo retornar à Câmara.
6 perguntas para Adriana Accorsi
1. Quando o PT deve anunciar seu nome à Prefeitura de Goiânia e o que foi decisivo para a escolha, uma vez que havia outros interessados na disputa?
Adriana Accorsi: O Partido dos Trabalhadores tem vários nomes. Nomes qualificados que se apresentam e nós temos um procedimento de instâncias internas que respeitamos muito. Terá uma convenção em breve – acredito que até o mês que vem. E assim será feita essa escolha a partir de vários critérios. Eu tenho certeza que o nome que for escolhido será abraçado pelos demais e todos vamos trabalhar unidos.
2. Será a terceira vez consecutiva que você disputa a Prefeitura de Goiânia. Nas duas anteriores, você quase dobrou o percentual de votos, mas não chegou ao segundo turno. Dessa vez acredita que pode vencer?
AA: Eu acredito sim que podemos vencer, tanto pelo pela minha evolução como pessoa pública, o meu conhecimento, a minha experiência que eu acredito que muito se aperfeiçoou nos últimos anos com todos os trabalhos que temos realizado, mas sobretudo nosso conhecimento sobre gestão, sobre políticas públicas, nossa experiência que aumentou muito.
Também acredito que é um momento político diferente no Brasil e em Goiânia onde pensamentos progressistas voltados para as áreas sociais, voltados para o desenvolvimento com justiça social, com o combate às desigualdades, ele terá um espaço muito maior.
3. Você é filha do ex-prefeito Darci Accorsi. Acredita que é possível explorar o legado dele na Prefeitura de Goiânia para se aproximar ainda mais do eleitor?
AA: A presença da memória do meu pai está sempre muito forte em toda a minha trajetória. Seja nos exemplos como pessoa amorosa, empática, muito alegre ou no olhar muito caridoso e solidário, mas também a sua postura política. Sempre voltada à humanidade, às questões sociais, às melhoria das condições de trabalho dos servidores; vendo a política como algo que pode transformar a vida das pessoas, sendo este o sentido da política, mas também uma postura sempre democrática, de muito diálogo com a sociedade. Tudo tudo isso são marcas do Darci Accorsi pessoa e político. E isso é muito forte para mim.
Ele está sempre presente na minha vida, sempre sendo lembrado, sendo sempre sendo uma forma de orientação. Então, o legado do meu pai faz parte da minha história. Todas as pessoas sabem disso, todos que me conhecem sabem como isso é presente na minha vida e com certeza será também parte desse processo político do ano que vem em Goiânia.
4. Como avalia a gestão do prefeito Rogério Cruz?
AA: Acredito que a gestão do prefeito Rogério tem encontrado muitas dificuldades. Tem tido grandes desafios no que diz respeito a encontrar pessoas certas para apoiar a gestão como secretários e secretárias. Acredito que tenha tido vários equívocos. Eu faria muito diferente.
E isso tem trazido muitos transtornos para o povo de Goiânia tanto no funcionamento dos serviços para a população como em avanços e desenvolvimentos que precisavam estar acontecendo na nossa cidade para trazer mais qualidade de vida às pessoas. Então, eu acredito que isso tem prejudicado a nossa cidade. Isso tem trazido dificuldade para vida das pessoas.
5. E o primeiro ano do Governo Lula?
AA: O primeiro ano do governo Lula que ainda está acontecendo demonstra uma grande mudança política no Brasil. A primeira é de retomar o curso da democracia, do diálogo republicano pelo bem da população. O exemplo foi os três ministros que vieram nos últimos dias à Goiânia e, juntamente com o governador Ronaldo Caiado e com o prefeito Rogério, entregaram muitos recursos para o estado de Goiás, para os municípios em uma situação totalmente democrática, republicana, e realmente demonstrando assim uma união de esforços pelo benefício do povo.
Por outro lado, a gente vê um presidente que trabalha muito e isso inspira todos os ministros, ministras e nós a trabalhar pelo país, a buscar soluções para que as políticas públicas aconteçam. Então temos a retomada de políticas públicas importantes para o povo. E isso faz com que o país se desenvolva, busque combater as desigualdades, busque melhorar a qualidade de vida da população. Agora com o lançamento do PAC, que são bilhões de recursos para todos os estados, municípios, nós teremos aí um uma realmente do desenvolvimento do Brasil.
É importante ressaltar a retomada também do Brasil como um um grande protagonista mundial em busca da igualdade, da democracia, em busca do ambiental, então realmente o Brasil voltou tanto internamente como no exterior. Isso é muito importante, nos enche de esperança, de alegria, de termos um país cada vez mais humano para o seu povo.
6. A Reforma Tributária em tramitação está sendo bastante criticada pelo governador Ronaldo Caiado. Ele chegou a conversar com você sobre o texto?
AA: A Reforma Tributária vem há décadas sendo debatida e nunca se consegue chegar em um consenso, fazendo com que nós tenhamos uma tributação injusta no nosso país, que não contribui para o desenvolvimento do Brasil com justiça social, uma tributação extremamente ultrapassada em comparação com outros países. Então ela é necessária.
Agora termos um consenso absoluto é muito difícil. Então as críticas são naturais, nós recebemos de forma democrática. O governador esteve comigo e com o ministro Alexandre Padilha (das Relações Institucionais) colocando as observações e elas serão consideradas e levadas a sério.
Na Câmara nós conseguimos aprovar a reforma de uma forma que eu entendo que vai trazer benefício para todo país para todos setores da sociedade e agora ainda se discute no Senado. Essas colocações do governador elas estão sendo debatidas lá também e tem o nosso respeito. Nós discordamos mas nós entendemos que é natural. Faz parte da democracia. Isso não é visto como uma crítica, é uma questão que faz parte mesmo do jogo democrático e ele tem todo o direito de colocar suas opiniões.
Agora, quando for aprovado, todo o país deve se unir para que ela seja realmente imediatamente colocada em prática para que nós possamos avançar no país também nesse campo.