O direito e a vontade das mulheres precisa ser respeitado: as doulas ficam!

"A cada quatro mães, uma sofre violência obstétrica. Sendo assim, em Goiás, 37 mil mulheres podem ter sido vítimas de violência durante o parto em 2021. Este projeto não se trata, de forma alguma, de uma caça às bruxas, mas de um acompanhamento importante para as mamães que assim desejarem"

Professor Marcos Professor Marcos -
O direito e a vontade das mulheres precisa ser respeitado: as doulas ficam!
(Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (26), fomos surpreendidos com a informação de que o nosso projeto de lei que garantia o direito das doulas acompanharem as gestantes durante o trabalho de parto, parto e pós parto, sem ocupar a vaga do acompanhante que hoje já é garantida por lei, teve parecer desfavorável na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara Municipal de Anápolis.

Respeito profundamente o trabalho dos colegas desta casa de leis, mas não posso deixar de vir a público lamentar a decisão. Este parecer enfraquece uma política pública de cuidado, atenção e respeito à vontade das mulheres. Nossa luta em defesa dos direitos reprodutivos é também por uma gestação tranquila e com atendimento humanizado. Isso, claro, com respeito irrestrito às normas das unidades de saúde que atendem essas gestantes.

A cada quatro mães, uma sofre violência obstétrica. É o que apontou estudo da Fundação Perseu Abramo. Sendo assim, em Goiás, 37 mil mulheres podem ter sido vítimas de violência durante o parto em 2021. Este projeto não se trata, de forma alguma, de uma caça às bruxas, mas de um acompanhamento importante para as mamães que assim desejarem.

A saúde da mulher e da família precisa ser defendida a partir do primeiro momento. Com informações efetivas sobre a gestação, apoio integral com um pré natal bem feito e a compreensão da mulher sobre este novo universo que muitas vezes pode ser solitário e delicado. A doula tem em sua formação, caminhos para auxiliar essas mulheres a passarem por esta etapa de forma tranquila e segura.

Nosso projeto voltou para nossa mesa, mas continuaremos a colocá-lo em discussão pois sabemos que cuidar da mulher é cuidar da família e de toda a sociedade.

Marcos Carvalho é professor, psicólogo e servidor público federal. Atualmente, vereador em Anápolis pelo Partido dos Trabalhadores. Escreve todas às terças-feiras. Siga-o no Instagram.

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