Goiânia não consegue tirar do papel inovação no transporte público
Após diversos anúncios e até início de contratação, CMTT volta a dizer que não há previsão de implementação
Goiânia ganhou o título de cidade com maior taxa de satisfação de preço da passagem de ônibus – R$ 4,30 -, segundo a Pesquisa de Qualidade dos Serviços Públicos realizada pela ONG Agenda Pública, o que aponta para o foco da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) nesta modalidade.
Entretanto, por outro lado, vem perdendo adeptos de tempos em tempos. Prova disso, é que o estudo Estimativa de Matriz de Origem, que aponta que o transporte individual quase dobrou em duas décadas – subindo de 35% para 59,6%. Com isso, há piora no fluxo do trânsito e prejuízo ao microclima, entre outros pontos.
Assim, os ônibus tradicionais, embora acessíveis, não conquistam uma parcela da população que tem como prioridade o conforto. Enquanto usuários dos ônibus enfrentam cadeiras duras, calor e superlotação em muitos casos, os antigos adeptos do CityBus poderiam contar com poltronas acolchoadas, ar condicionado e rotas mais específicas – e rápidas.
Goiânia, que uma vez já foi considerada pioneira no que diz respeito à mobilidade, agora conta com promessas recorrentes de que o serviço será retomado, mas que nunca saem do papel. Em setembro de 2022, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) afirmou que modalidade seria reativada em outubro de 2022. O assunto nunca mais foi pronunciado e, quando questionado sempre foi dado como incerto.
Inclusive, em agosto do ano passado, a HP Transportes chegou a abrir um processo seletivo para contratação de 66 motoristas especificamente para rodar os Citybus. À época, por meio da assessoria de imprensa, a CMTC comunicou que, embora sem data definida, o Citybus “estaria próximo” de ser implementado. Para ser finalizado, segundo a pasta, o projeto precisa passar por ajustes relacionados à integração do sistema.
Em junho deste ano, novamente foi anunciado a intenção de rodar o CityBus no segundo semestre de 2023. De acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), a modalidade faz parte do novo projeto de transporte da cidade, mas, novamente, não há previsão de implantação.