Acusado de crimes sexuais, prisão do pastor Davi Passamani ocorreu após abertura de nova igreja em Goiânia
Em coletiva de imprensa, delegada informou que ministrações simbolizavam risco às mulheres
A abertura de um novo local para realização de pregações foi um dos motivos apontados pela Polícia Civil (PC) para a prisão do pastor e fundador da igreja A Casa, em Goiânia. Davi Vieira Passamani, de 44 anos, é suspeito de ter cometido importunação sexual contra uma fiel. Ele foi preso pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) na última quinta-feira (04).
Em coletiva de imprensa realizada na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP), a delegada Amanda Menuci explicou que o investigado havia sido afastado da instituição religiosa em dezembro de 2023. No entanto, em fevereiro deste ano, ele inaugurou um espaço, no Parque Amazônia, em Goiânia, para continuar a atividade.
Conforme a delegada, o retorno de Davi para as ministrações simbolizava um risco a outras mulheres, uma vez que utilizava da habilidade como pastor para supostamente praticar o crime.
“A presença dele na sociedade estava colocando em risco a segurança das mulheres, nesse caso segurança sexual. Porque onde ele praticava os crimes era no ambiente religioso”, explica.
Uma das denúncias mais recentes e que segue sendo investigada pela Polícia Civil (PC), aconteceu em dezembro de 2023 contra uma jovem, de 20 anos, que havia se mudado do Rio de Janeiro (RJ) para Goiânia e era uma das frequentadoras de A Casa.
Conforme as investigações, a vítima havia procurado pelo líder religioso para pedir conselhos amorosos, pois enfrentava uma crise no relacionamento.
Ao saber do estado da jovem, ele a abordou nas redes sociais, iniciou uma conversa e, em seguida, fez uma ligação em que aparecia se masturbando. No decorrer da conversa, o suposto autor ainda teria pedido para que a mulher se tocasse.
Outras duas mulheres, também ex-integrantes de A Casa, já haviam denunciado o pastor pela prática de importunação sexual. Os relatos se assemelham ao da jovem, conforme revela a delegada.
“Todas elas eram vítimas vulneráveis, estavam ali com ele, que tinha total hierarquia sobre elas, e elas estavam em estado de subordinação. Elas eram captadas por ele, havia esse início bíblico da contestação [nas conversas] e depois ele partia para a prática do crime”, explica.
Um dos casos chegou a ser denunciado pelo Ministério Público (MPGO) no dia 28 de abril de 2020 e se referia a uma ação ocorrida em janeiro de 2019. No entanto, a investigação foi arquivada.
Já na outra denúncia, Davi realizou um acordo com o MPGO e foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil. A Polícia não descarta a possibilidade de haver outras vítimas.