Entenda como grupo agia para tomar dinheiro de goianos em falsos leilões de carros
Operação foi deflagrada em Anápolis, mas suspeita é que também existam vítimas em diversos outros estados
Com um saldo de 6 mandados de prisão cumpridos, e um ainda pendente, além de 11 de busca e apreensão, a Polícia Civil (PC) segue aprofundando as investigações na Operação Arremate II, deflagrada nesta quinta-feira (09).
A força-tarefa investiga um grupo criminoso que fraudava sites de leilões de carros, fazendo vítimas não só em Anápolis, mas em todo o país.
Ao Portal 6, o delegado Luís Carlos Cruz, responsável pelo Grupo Especial de Investigação Criminal (GEIC), explicou que essa ação faz parte de um trabalho iniciado ainda em 2023.
“Nós deflagramos em 2023 a primeira fase, e hoje, 09 de maio de 2024, iniciamos a segunda. O grupo copia sites de empresas sérias, idôneas, e anunciam falsos leilões de carros se passando por elas. Além dos mandados, sequestramos valores em 119 contas bancárias”, revelou.
O investigador pormenorizou que o sequestro de valores tem como intuito ressarcir as vítimas, que foram lesadas e perderam bens em razão do esquema. Ele ainda revelou que, pouco tempo após efetuarem a primeira fase, no ano passado, o grupo teria interrompido as ações e que, entre os investigados, uma pequena minoria possuía histórico criminal.
“Percebemos que eles mudam o tempo todo as contas de WhatsApp e as páginas falsas, uma cai e ele criam outras. Até certo tempo, após efetuarmos a primeira fase, eles continuaram operando, mas posteriormente eles realmente saíram do mercado”, continuou.
O investigador também revelou detalhes acerca da contabilização de vítimas, fazendo um recorte voltado apenas para o Estado de Goiás, e sinalizando a possibilidade de muitas outras existirem, em todos os estados do Brasil.
“Nós, aqui do GEIC, temos por hábito fazer investigações sistêmicas, mais complexas. Assim, identificamos 52 vítimas no estado de Goiás e, aqui em Anápolis, identificamos 3 vítimas, que constam dentro do nosso inquérito. Acreditamos que, como era um grupo que atuava pela internet, não há limitação geográfica para a atuação e cooptação de vítimas. Portanto, é um grupo que vitimava pessoas em todas as unidades da Federação”, complementou.
O delegado também deu dicas para que a população não caia em golpes desse tipo. Um dos principais pontos a serem observados são os links dos sites, para verificar se não são terminados em “.net” ou “.org”, e sim pelo tradicional “.com.br”, ou se não possuem detalhes alterados no próprio nome da empresa.
Outra questão, que pode acender um alerta vermelho para o consumidor, é caso a conta de destino da transação esteja no nome de uma pessoa física, ou para o CNPJ de uma instituição que não atue na área em questão.