Sobrevivente a mais de 500 picadas de abelha, professora de Anápolis ganha cadeira na Academia de Letras
Em entrevista ao Portal 6, neta relembrou a história de superação da avó
Em uma história digna de filmes, ou, neste caso, livros e poemas, a escritora, professora Maria Rodrigues Di Clemente, de 81 anos, terá um final feliz. Ela, que passou um mês internada após receber mais de 500 picadas de abelhas, tomará posse, nesta teça-feira (15) da cadeira 28 da Academia de Letras de Anápolis (ALEA).
O evento oficial de posse será às 19:30h, no Centro de Eventos Literários Laurentina M. Medeiros.
A idosa foi socorrida às pressas na tarde do dia 06 de abril, após ser picada pelos insetos, na zona rural da cidade. Conforme a neta, Nicole Di Clemente, a avó teve de ficar entubada, sofreu duas paradas cardíacas e, ainda assim, se recuperou.
“Ela nasceu de novo! Nem os médicos acreditavam. Foram mais de 500 picadas, um choque anafilático, coma, duas paradas cardíacas, entubada, um mês na UTI e ela sobreviveu, sem nenhuma sequela! É para mim o maior exemplo de força e resiliência”, destacou emocionada.
Nascida em 2 de dezembro de 1942, em Carinhanha (BA), Maria se mudou para Anápolis com a família ainda quando era jovem, graduou-se no Colégio Estadual Polivalente Gabriel Issa.
Já na saudosa Universidade Anápolis – Uniana, graduou-se em Geografia, e pós-graduou-se com especialização em Geografia Agro-urbana. Na formação, também há um mestrado na área de Psicanálise e Educação, em Jaraguá, para então exercer a função de professora e coordenadora pedagógica no Colégio Estadual Professora Helena Nasser.
Autora de vários livros literários, de poesia e prosa, Nicole contou que já tem um favorito.
“É o ‘Chica e a sia trajetória’, que relata a história da mãe dela, em meio às dificuldades que ela teve ao criar os filhos sozinha, já que seu marido, pai da minha avó, morreu quando ela ainda era criança, de febre amarela”, revelou.
Ainda, a neta destacou o orgulho que tem por toda a trajetória da avó e da mulher que ela se tornou.
“Tenho muita admiração pela minha vó, pela mulher que ela é. Mesmo com todas as dificuldades à época, financeiras, socioculturais, por ser mulher. Ela batalhou muito para estudar e para chegar até aqui”, afirmou.