Governo Federal quer trens transportando passageiros em Goiás

Trajeto de 60 km poderá beneficiar mais de 500 mil moradores da região

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Imagem mostra trem de passageiros (Foto: Reprodução/ANTT)

Está nos planos da União estudar a viabilidade de implantação de uma linha ferroviária para passageiros entre Luziânia e Brasília (DF), conforme apontado pelo Ministério dos Transportes ao Portal 6. Com isso, a fase de estudos já celebra aniversário de mais de uma década.

O trecho de 60 km entre o DF e a cidade goiana atenderia a um desejo antigo da região, onde 500 mil moradores seriam beneficiados, segundo levantamentos realizados ainda em 2011. Além de promover a integração, o intuito era desafogar o trânsito rodoviário no Entorno, tirando até 100 mil carros que passam, todos os dias, pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA).

Segundo o Ministério dos Transportes, em nota, a linha está inclusa na criação de Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros (PNTFP), uma das prioridades da pasta.

Ao longo de 2023, a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário participou de reuniões com representantes do setor, da academia, de governos estaduais e municipais e com governos estrangeiros que levaram à geração de subsídios para o PNTFP, apontou à reportagem.

Assim, atualmente, o Ministério afirma que estuda a possibilidade de implantação de seis trechos para o transporte de pessoas sobre trilhos, embora não haja a confirmação de quais serão implantadas. Entre eles, está a ligação Luziânia-Brasília.

Além da linha goiana, estão nos planos Pelotas (RS)-Rio Grande (RS), Londrina (PR)-Maringá (PR), Salvador (BA)-Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE)- Sobral (CE) e São Luís (MA)-Itapecuru (MA).

“Não há, no momento, definição prévia de modelo único de negócio para futuros empreendimentos, uma vez que cada situação pode exigir um modelo diferente”, destacou a pasta, que não informou a previsão de investimento, quantidade de beneficiados ou previsão de finalização dos estudos.

Relembre

O projeto, além de integrar Goiás à Brasília, também abriria novos postos de trabalho. “Isso sem contar a melhoria da qualidade de vida. Esse estudo vai acelerar a entrega de um novo tipo de transporte para a nossa população, que perde quatro ou cinco horas por dia para ir ao trabalho e voltar. Esse tempo poderá ser usado para a pessoa se qualificar profissionalmente ou para ficar com a família, por exemplo”, disse o então governador do DF, Agnelo Queiroz, em 2011, quando o assunto estava dando indícios de andamento.

Há 13 anos, ministros, governadores e dirigentes federais se reuniram para assinar um acordo de cooperação para o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da linha ferroviária de passageiros entre Luziânia e Brasília.

À época, o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Marcelo Dourado, chegou a afirmar “esperamos que dessa vez esse projeto saia do papel e entre nos trilhos”.

De acordo com Marcelo, “a linha férrea já está pronta e essa adaptação terá um gasto muito pequeno para uma obra desta magnitude: R$ 1 milhão por quilômetro e vai beneficiar 500 mil pessoas”. Assim, o custo total dos estudos e de preparação para o começo das obras estava estimado entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.

Atualmente, o impasse segue, ainda sob a justificativa de que é preciso analisar a viabilidade.

Confira a nota do Ministério dos Transportes na íntegra:

O Ministério dos Transportes tem como uma das suas prioridades a criação de Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros. Ao longo do ano de 2023, a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário participou de reuniões com representantes do setor, da academia, de governos estaduais e municipais e até com governos estrangeiros. Todas essas discussões têm gerado subsídios para o aprimoramento da PNTFP. Quando concluído o texto final, a publicação ocorrerá em forma de decreto.

A PNTFP contribuirá com o desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros ao definir diretrizes para o desenvolvimento de normativos referentes às condições de operação, segurança, sinalização, itens mínimos de conforto, atendimento ao usuário, padrões de qualidade.

No momento, o Ministério dos Transportes estuda a possibilidade de implantação de seis trechos dedicados ao transporte de pessoas sobre trilhos – não havendo ainda confirmação de quais poderão ser de fato implantados. Os segmentos em análise são:

Pelotas (RS) × Rio Grande (RS)
Londrina (PR) x Maringá (PR)
Brasília (DF) x Luziânia (GO)
Salvador (BA) × Feira de Santana (BA)
Fortaleza (CE) x Sobral (CE)
São Luís (MA) x Itapecuru (MA)

Não há, no momento, definição prévia de modelo único de negócio para futuros empreendimentos, uma vez que cada situação pode exigir um modelo diferente. O Governo Federal está trabalhando na definição de uma carteira de projetos no país, para aprofundar estudos já considerando as principais diretrizes da minuta da Política Nacional de Transporte Ferroviário/Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros. Em momento oportuno, procederemos com a divulgação de praxe.

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