Saiba a história por trás do prédio de 16 andares “abandonado” há vários anos no Jundiaí

Apesar de chamar a atenção, o imóvel inacabado ainda é uma incógnita para vários anapolinos, que se perguntam qual seria a razão para tal fim

Samuel Leão Samuel Leão -
Prédio inacabado, embargado no bairro Jundiaí. (Foto: Google)

A construção de um prédio, especialmente quando está localizado em uma área nobre da cidade e possui mais de 10 andares, envolve dezenas de pessoas e mobiliza cifras vultuosas de dinheiro. No entanto, quando algo dá errado, todo esforço se torna prejuízo, e os contratempos podem acabar inviabilizando o término da obra e gerar um “elefante branco”.

Isso foi justamente o que aconteceu com um prédio de Anápolis, situado no bairro Jundiaí. A estrutura inacabada, situada na esquina da Rua 17 com a 18, deixa uma pulga atrás da orelha sobre as motivações da paralisação da construção.

O Portal 6 entrou em contato com o secretário municipal de Habitação e Planejamento Urbano, Daniel Fortes, e descobriu a trama que de passou nos bastidores da construção – que é de uma incorporadora estrangeira.

“Em 2017, com a construção já avançada, descobrimos que, apesar de terem tirado um alvará inicial para um prédio de 10 andares, eles falsificaram a documentação e fizeram 16 andares. Tudo tramitou sem ser notado, mas, por um acaso, apresentaram um documento e a gente viu que era falsificado, quando já estava na fase de pegar o habite-se”, revelou.

Assim, a Prefeitura agiu junto à Promotoria, promovendo um embargo com ação demolitória, visto que eles não tinham o documento para construir o que haviam executado. Quando a descoberta eclodiu, muitas pessoas já teriam sido prejudicadas, sobretudo, com compra e venda de unidades.

“Foi tão grave que eles levaram ao cartório, e o cartório não viu que era falso, então conseguiram fazer a incorporação dos andares a revelia, e venderam para terceiros de boa-fé. Mas tudo em função de um ato de má-fé, dos antigos administradores da empresa”, complementou.

No entanto, com os percalços no projeto, a empresa, que é portuguesa, trocou de administrador, e hoje a gestão municipal mantém contato com um advogado também lusitano, que estaria se esforçando para “corrigir” os erros cometidos anteriormente.

“Nos últimos 8, 9 meses a empresa está se aproximando para fazer a regularização. Já fizeram um reforço estrutural e estão fazendo adequações, com autorização do Ministério Público (MP). Tiveram indicação de uma empresa de Goiânia, bem qualificada e indicada pelo próprio MP”, expressou.

Em 2012, a esquina onde o imóvel foi construído já estava em obras. (Foto: Google)

Conclusão

Portanto, a empresa está tentando contornar a situação, o que irá demandar o pagamento de multas pesadas e a readequação estrutural. Além também da conclusão dos relatórios de impacto no trânsito e na vizinhança, e de uma medida compensatória pelo impacto do edifício parado.

Chamada de Polisbuild Empreendimentos LTDA, foi fundada em fevereiro de 2012 e declarou um capital social de R$ 5 milhões. A matriz estaria situada em Anápolis, e uma filial, com capital social de R$ 3, 8 milhões, foi registrada em Fortaleza (CE).

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