Entenda como gestão Roberto Naves tem ligação direta com superlotação do Heana

Linha começa com fechamento do Hospital Municipal e finda em demora na entrega de novas unidades de saúde

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Imagem mostra corredores do Heana superlotados e Roberto Naves. (Foto: Reprodução/Montagem Portal 6)

O prefeito Roberto Naves (Republicanos) anunciou na noite de terça-feira (20) a liberação de 15 leitos do Hospital Alfredo Abrahão para absorver pacientes cirúrgicos do Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana )– que está superlotado. A ideia é que haja liberação de macas para que profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros tenham o mínimo de estrutura básica para fazer o que lhes é de função: prestar assistência e socorro à população.

Com 70 pacientes a mais que a capacidade máxima de atendimento na terça-feira (20), a ‘ajuda’ ao Heana é paliativa e carrega no discurso uma espécie de socorro ao Governo de Goiás – já que a unidade é de responsabilidade do ente federativo.

Entretanto, esconde um gargalo que vai além da tomada de decisão ‘solidária’ em um dia marcado pelo improviso e falta de atendimento dos socorristas de Anápolis por conta da falta de macas.

Conforme apurado pelo Portal 6, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança, vira e mexe, também retém macas dos socorristas e as utilizam em pacientes que aguardam na unidade de saúde para serem atendidos.

Mas não para por aí. O colapso vivido tanto por pacientes quanto pelos profissionais da saúde do Heana – que hoje trabalham solitários nos atendimentos de porta aberta nos serviços de urgência e emergência em Anápolis e mais de 50 municípios – vem sendo desenhado aos poucos.

Alegando estrutura precária e inadequada para atendimento à população, a Prefeitura de Anápolis decidiu fechar, em novembro de 2021, o Hospital Municipal de Anápolis Jamel Cecílio. De quebra, a Santa Casa de Anápolis também encerrou o atendimento ‘portas abertas’.

Entretanto, a promessa era de que outras unidades iriam ser inauguradas e absorveriam a demanda crescente.

Quase três anos depois, o planejamento não chegou aos anapolinos. Um deles é o Hospital Municipal Georges Hajjar – que está previsto para ter 80 leitos e será localizado no Residencial Leblon. No entanto, conforme o cronograma de previsão da própria Prefeitura, o lugar deveria ser inaugurado no último dia 15 e nova data ainda não foi anunciada.

Outro é o Centro Médico da Jaiara – bairro mais populoso de Anápolis e que mingua com a falta de serviços especializados para atender a região.

Divulgada como unidade básica de saúde mista – com demandas espontâneas e agendadas, 24h por dia – ela nem entrou na lista das possibilidades de entrega no calendário de aniversário da cidade deste ano.

Em resposta ao Portal 6, em duas ocasiões, a Prefeitura de Anápolis informou que a retenção de macas é um problema pontual e que busca solução com Governo de Goiás para aumentar o número de estrutura.

Como solução, 15 leitos foram abertos no Alfredo Abrahão. Vale ressaltar que até a terça-feira (20) – o Heana contava com 70 pessoas acima da capacidade máxima (132) espalhadas em corredores e outros pontos da unidade.

Leia nota da CHS João Paulo II na íntegra:

O CHS João Paulo II, gestor do Hospital Municipal Alfredo Abrahão, reafirma seu compromisso com a saúde pública de Anápolis e dá resposta a uma necessidade urgente da rede abrindo as portas do CHS Anápolis para acolher pacientes do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA) que aguardavam cirurgias.

Como Organização Social de Saúde com ampla experiência e presença em diversas regiões do Brasil, o CHS João Paulo II tem como missão oferecer atendimento multiprofissional, integrado e humanizado.

A decisão de receber os pacientes do HEANA reforça o compromisso do CHS com a qualidade e eficiência no atendimento à saúde pública, assegurando o cuidado necessário aos pacientes e contribuindo para a liberação de macas ao SAMU e ao Corpo de Bombeiros.

A iniciativa colabora para que essas instituições continuem prestando serviços essenciais à comunidade com plena capacidade operacional, refletindo o lema do CHS de fazer o SUS QUE DÁ CERTO!

 

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