Jovem anapolina conta sobre medo e aprendizado vividos durante terremoto em Portugal

Segundo ela, o balanço da cama foi o que a despertou, a fazendo perceber que o tremor era geral

Samuel Leão Samuel Leão -
Jovem anapolina vivenciou terremoto em Portugal. (Foto: Reprodução/Miradouro Sophia de Mello Breyner)

Para um goiano, a possibilidade de vivenciar um terremoto, felizmente, é uma expectativa com chances mínimas de ocorrer. No entanto, uma jovem anapolina, de 28 anos, vivenciou o fenômeno natural na capital portuguesa, onde foi registrado um tremor de 5,4 na Escala Richter, na madrugada de segunda-feira (26).

Ao Portal 6, Isabella Dias, artista e professora de línguas, deu detalhes sobre a região em que mora e revelou o medo vivenciado ao longo da noite – experiência que ela, inclusive, julgou educativa para toda a humanidade.

“Essa madrugada foi bem assustadora, porque a gente acordou com um tremor muito forte. Apesar de viver aqui há 6 anos, foi a primeira vez que vivenciei um terremoto, e esse foi de 5,4 na Escala Richter, o que é considerado forte. Todos nós acordamos por volta das 5h, 5h10”, explicou.

Segundo ela, o balanço da cama foi o que a despertou, a fazendo perceber que o tremor era geral, com o quarto todo se movendo. A artista mora no 4º andar de um prédio, situado no Bairro da Graça, que fica bem ao lado de um dos mais tradicionais da cidade, o dos Anjos, onde se acumulam diversas construções tradicionais.

“Acordei com minha cama toda balançando e com meu quarto tremendo, e pensei, poxa, é isso, chegou o dia. Foi um pouco assustador, mas ao decorrer do dia vimos que não é um terremoto que oferece mais riscos para a população, não houve danos e nem o registro de nenhuma pessoa ferida”, complementou.

Ela ainda detalhou que a região recebe abalos recorrentes, contudo a maioria ocorre em escalas muito baixas, quase imperceptíveis. Desta vez, o epicentro do balanço estava quase que sob a cidade, a uma distância de cerca de 80 km, de modo que chegou a ser sentido nas cidades de Praga e Porto.

“Outras regiões mais modernas de Lisboa foram construídas com uma estrutura mais forte, justamente para se adaptarem e resistirem a situações como esta. Acredito que esse tipo de evento é um alerta, e um lembrete que nós somos apenas humanos, e temos essa ilusão do controle, mas estamos sujeitos a enfrentar desastres naturais e as consequências dos nossos atos”, pontuou ainda, a jovem.

Jornais noticiaram o terremoto de 1969, um marco na história portuguesa. (Foto: Hemeroteca digital/Reprodução)

Histórico

Isabella também relembrou que esse foi o maior abalo sísmico na região desde 1969, quando um terremoto de 7,9 graus na Escala Richter causou uma verdadeira tragédia em Portugal, no norte de Marrocos e em parte da Espanha. Esse caso aconteceu no dia 28 de fevereiro de 1969, às 03h41, e deixou cerca de 13 vítimas.

Além desse, um abalo ainda pior foi registrado no dia 1º de novembro de 1755, alcançando entre 8,7 e 9 graus na Escala Richter e resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa. O desastre deixou mais de 10 mil mortos, resultando em diversos incêndios e em um maremoto, com ondas de mais de 20 metros de altura. O desastre acabou se tornando um marco para os estudos de abalos sísmicos no país, sendo discutido por filósofos iluministas como Voltaire.

Grande terremoto de Lisboa, registrado em 1755. (Foto: Nat Geo Portugal)

“Em 1755 houve outro terremoto, que foi uma tragédia muito grande. Quando esse tipo de evento, em uma escala menor, acontece, a população fica bem alerta. Passamos o dia pesquisando os riscos de um terremoto com uma magnitude maior acontecer, especialmente aqui na área que moramos, que é perto da Graça. Os prédios são muito antigos, então não há uma estrutura muito preparada”, finalizou a artista.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.