Advogada quase é atropelada por policiais militares e recebe voz de prisão após desejar registrar ocorrência, em Goiânia
Autoridades alegaram que profissioal estaria drogada; argumento que é contestado pela OAB-GO
Enquanto deixava a delegacia, a advogada Joyce Vasconcelos quase foi atropelada por uma viatura da Polícia Militar (PM) do Batalhão de Trânsito, em frente à Central de Flagrantes de Goiânia, e recebeu voz de prisão após querer denunciar o ocorrido. Uma representação criminal foi apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), na terça-feira (03) – contra os policiais.
Tudo teria acontecido na noite de domingo (1º), quando a profissional estava saindo do local e quase foi atropelada por agentes, o que foi interpretado por ela como uma forma de intimidação pela atuação. Toda a cena foi registrada e publicada por ela no perfil do Instagram.
Ver essa foto no Instagram
Ao retornar para dentro da delegacia para denunciar o ocorrido, ela foi confrontada por um policial militar que, com um fuzil nas mãos, esbarrou nela e afirmou: “O que eu fiz? Tá magoada? Ficou magoada?”.
Na gravação, dois policiais civis, que não tiveram os nomes divulgados, ainda levantam o tom de voz e exigem que a advogada deixe o local. Ela, porém, insistiu em permanecer para denunciar o ocorrido ao delegado, mas recebeu voz de prisão, sob alegação de que ela estaria drogada.
Segundo a OAB GO, a acusação seria infundada, uma vez que a advogada passa por um tratamento de imunoterapia em decorrência de uma doença autoimune, que não afeta o comportamento dela.
“O delegado informou ao nosso plantão de prerrogativas que a advogada parecia estar drogada, quando, na verdade, ela sofre de esclerose múltipla. Estamos tomando todas as medidas cabíveis. Não toleramos, e nunca toleraremos, a criminalização e o despreparo de qualquer agente público contra advogados no exercício de suas funções”, diz o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), Alexandre Pimentel.
Um Registro de Atendimento Integrado (RAI) foi emitido pelo delegado contendo as informações que, de acordo com a OAB-GO, são inverídicas e incluem acusações de crimes que não ocorreram, como falsa identidade e desobediência.
A prisão da profissional não chegou a ser realizada devido à intervenção do plantão da Comissão de Prerrogativas da Ordem.