Novelas não falam mais com a população, afirma Lucélia Santos, de ‘A Escrava Isaura’
"Nunca fiz novela com menos de 65 pontos de audiência", destacou ela
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Lucélia Santos participou de algumas das novelas mais icônicas da televisão brasileira. Foi personagem-título de “A Escrava Isaura” (1976), pelo qual conquistou fama nacional e internacional, indicada a vários prêmios e tem quase 50 anos de carreira. Hoje, ela lamenta o estado dos folhetins.
“Acho que a teledramaturgia não está se comunicando com a população, como sempre fez”, diz. “Nunca fiz novela com menos de 65 pontos de audiência.
“A Escrava Isaura” é a novela mais reprisada da Globo. Ainda na década de 1970, começou a ser exportada para a Europa, e em 2016 era o quinto título mais vendido ao mercado internacional da emissora. É uma distância grande da aposta atual da Globo, “Mania de Você”, que, mesmo com alterações frequentes, tem dificuldade de se manter acima da superfície.
Santos agora participa da montagem de Helena Ignez da peça de 1943 “Vestido de Noiva” clássico de Nelson Rodrigues que estreou na última sexta (25) no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação. A atriz, que é uma das maiores especialistas da dramaturgia rodrigueana, vive a emblemática personagem Madame Clessi.
Ignez atualiza o texto original, e explora com maior atenção a temática do feminicídio na obra. “Ninguém ali se salva. Jovens, velhos, homens, mulheres. Todos os personagens são contemporâneas”, afirma. Além de Santos, também fazem parte do elenco Djin Sganzerla, no papel da protagonista, Alaíde, e Simone Spoladore como sua irmã e rival, Lúcia.
VESTIDO DE NOIVA
– Quando Sex. e sáb., às 20h, dom. e feriados, às 18h. Não haverá sessão em 27/10 e 20/11
– Onde Teatro Anchieta – r. Doutor Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo
– Preço R$ 70 a entrada inteira
– Classificação 16 anos
– Autoria Nelson Rodrigues
– Elenco Djin Sganzerla, Lucélia Santos e Simone Spoladore
– Direção Helena Ignez