Anapolina enfrenta drama após ficar mais de um ano sem conseguir retirar prótese infeccionada

Logo no começo, paciente contou que equipe médica tratava todas as reclamações como "fatos dentro da normalidade"

Davi Galvão Davi Galvão -
Anapolina enfrenta drama após ficar mais de um ano sem conseguir retirar prótese infeccionada
Imagem mostra joelho infeccionado. (Foto: Reprodução)

Há um ano, Gildene Maria da Cunha, anapolina de 57 anos, teve de colocar uma prótese no joelho, a fim de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida. Porém, o que era para ter sido um alívio, se transformou em um pesadelo após uma infecção persistente tomar conta da região, causando dores lancinantes e dificuldade para andar.

Após inúmeras tentativas na rede municipal, por quase um ano, Gildene foi inserida na Regulação estadual para uma consulta no Centro Estadual De Reabilitação e Readaptação (CRER), mas a solicitação, enviada há cerca de um mês, ainda não foi analisada.

Em entrevista ao Portal 6, ela contou que tudo começou quando realizou o procedimento, em julho de 2023, no Hospital Municipal Alfredo Abrahão e, em menos de uma semana, retornou para a revisão e retirada dos pontos.

“Nisso já começou a doer e escorrer uma secreção, muito fedida, mas eles disseram que era normal. Me deram um remédio e foi isso, mas não adiantou. 30 dias depois eu voltei lá, mesma coisa. Um mês depois, de novo, sempre falando que era normal”, contou.

Foi apenas em novembro, quando o médico responsável pelo caso dela foi substituído, que Maria conseguiu ser internada, em uma “reabordagem”, como lhe foi informado à época.

“Eles operaram lá de novo, tiraram muito da secreção, fiquei em observação, mas alguns meses depois, voltou tudo”, disse.

Foi então que, já sem aguentar mais as constantes dores, que a impedem até mesmo de caminhar em certos momentos, que Gildene conta ter recebido uma ligação, em setembro deste ano, do Alfredo Abrahão, para que ela fosse até a unidade colocar a prótese.

“Daí eu não entendi. Falei para eles que já estava com a prótese, que estava inclusive com ela infeccionada. Eles então me chamaram no dia seguinte, fui lá e fiquei internada por mais de 20 dias, até eles me transferirem para o Heana, por mais 17 dias, mas eu não conseguia mais. Já estava gripada, no meu quarto tinha três pessoas com Covid, não tinha como eu ficar lá”, relembrou ao receber alta hospitalar a pedido.

Infecção tomou conta do joelho de Gildene. (Foto: Reprodução)

Então, cansada da morosidade, Maria resolveu procurar um especialista particular que, assim que viu o caso, recomendou com urgência que ela fosse operada, já inserindo a paciente na regulação estadual, no dia 09 de outubro, há quase um mês.

Em consulta ao sistema da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), o Portal 6 apurou que o pedido para a consulta da paciente, entretanto, ainda não foi avaliado, de modo que ela sequer consta na fila de espera.

“Não sei mais o que fazer, onde tinha para correr eu já corri. Só quero poder voltar a dormir, não consigo mais”, desabafou.

O que diz a Funev

À reportagem, a Funev informou que, à época dos fatos narrados, ainda não estava à frente do Alfredo Abrahão e que, assim que assumiu a unidade, a paciente foi encaminhada ao Heana, onde foi efetuado o controle da infecção e que Gildene pediu alta por conta própria.

Confira a nota na íntegra:

Preliminarmente, destacamos que na data que a paciente fez a cirurgia, e acompanhamento posterior, a FUNEV não gerenciava o hospital Alfredo Abraão, não cabendo portanto, nota da instituição.

Quando assumimos a gestão, a paciente foi encaminhada ao HEANA, que realizou o devido controle de infecção, que era o que competia a unidade.

Na ocasião, dialogamos com a diretoria técnica do CRER, referência para o caso, que orientou que se a prótese fosse retirada, a paciente teria que ficar sem a prótese por pelo menos seis meses por questões técnicas, com uso de fixador, e deveria aguardar no fluxo das cirurgias eletivas para colocação de uma nova prótese.

Além disso, informaram que como o controle infeccioso foi bem sucedido, não era necessária a retirada da prótese no momento, uma vez que o processo infeccioso estava controlado.

Destaca-se ainda que pouco antes da conclusão da antibiótico terapia, que controlou o processo infeccioso, e efetivação de alta hospitalar para continuidade via fluxo eletivo, a paciente resolveu fazer alta a pedido, interrompendo o andamento do fluxo proposto.

 

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