Restaurantes em áreas nobres de Goiânia fingiam comprar toneladas de carne para deixar de recolher impostos, diz polícia

Grupo empresarial conseguia obter altos faturamentos sem pagar quase nada de tributos com esquema criminoso

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Restaurantes em áreas nobres de Goiânia fingiam comprar toneladas de carne para deixar de recolher impostos, diz polícia
Delegado Bruno Costa e Silva (à esquerda) e delegado Rodrigo Lucena (à direita). (Foto: Augusto Araújo/Portal 6)

Em entrevista coletiva concedida à imprensa, na tarde desta sexta-feira (08), a Polícia Civil (PC) revelou que o grupo empresarial dono de uma rede de restaurantes localizados em área nobre de Goiânia estava realizando fraudes em recibos para sonegar impostos.

O delegado Bruno Costa e Silva, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária, explicou que foram identificados inicialmente sete empresários envolvidos no esquema.

Eles eram donos de cinco restaurantes, localizados no Setor Marista e Oeste, e de um atacadista de carnes, sendo que este último seria parte essencial da fraude.

Isso porque a empresa estaria emitindo falsos recibos de vendas de carnes para os estabelecimentos de alimentação, em uma quantidade completamente desproporcional.

“Eles [os empresários] faziam simulação de compras de toneladas de carnes, que não é nem compatível com o comércio. Não tinha nem local para estocar essas carnes. Isso era feito para maquiar e deixar de recolher os tributos devidos”, disse Bruno.

Sonegação

O grupo empresarial ainda estaria utilizando máquinas de cartão em nome de laranjas, com diferentes CNPJs, para não ter que pagar impostos. Assim, ele tinha um alto faturamento, mas com recolhimento de taxas beirando o zero.

O delegado regional de fiscalização de Goiânia e auditor fiscal Ricardo Lucena destacou que, até o momento, foi descoberto que R$ 6 milhões em tributos deixaram de ser pagos pelos empresários.

Além disso, ele pontuou que os próximos passos envolvem verificar quais outros restaurantes estão usando o mesmo artifício para enganar o Fisco e sonegar impostos.

Condenações

Atualmente, o grupo empresarial responde pelos crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidade ideológica. Somadas, as penas máximas alcançam 13 anos de reclusão.

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