Oftalmologista acusado de furar fila de transplante de córneas em Goiânia pode ter prejudicado milhares de pacientes

Em todo o Brasil, são mais de 30 mil esperando por procedimento, sendo a maioria mulheres idosas

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Oftalmologista acusado de furar fila de transplante de córneas em Goiânia pode ter prejudicado milhares de pacientes
Fila de espera por transplante de córnea no Brasil chega a 30 mil pacientes. (Foto: Divulgação/HFB)

Enquanto um médico cobrava R$ 15 mil para que pacientes pudessem furar a fila do transplante de córnea em um hospital oftalmológico em Goiânia, localizado no Setor Marista, mais de 1.665 pessoas aguardam a operação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás.

Portal 6 acessou os dados públicos do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde (MS), que apontaram que o estado é o quinto, dentre todas as unidades federativas, com maior demanda pelo procedimento.

Dentre os goianos que precisam do transplante, 793 são homens e 872 mulheres, sendo a maioria composta pelo público com idades acima de 65 anos (46%).

Em todo o Brasil, são 30.363 pacientes na fila de espera pela córnea, conforme dados atualizados pelo MS nesta quinta-feira (11).

O SNT funciona de forma integrada em todo o país, de modo a garantir que pessoas em situação prioritárias possam ser atendidas conforme a urgência e disponibilidade da região onde mora.

Em tempo

Nesta quarta-feira (13), a Polícia Civil (PC) deflagrou uma operação para apurar as supostas manipulações na fila de transplantes de córnea que estariam ocorrendo no hospital oftalmológico.

Conforme a delegada Débora Melo, os pacientes do médico investigado estariam sendo favorecidos no atendimento, com evidências de que as pessoas estariam realizando o procedimento em 10 dias – sendo que na prática, o tempo de espera leva cerca de dois anos e meio.

Além disso, haveria indícios de irregularidades no procedimento de captação e transplante dos tecidos oculares.

Em nota à imprensa, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que o médico foi afastado das atividades trabalhistas e deve ter o registro profissional suspenso.

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