Polícia investiga radialista goiano acusado de perseguir e ofender colega: ‘rabo gordo, cheio de estria’
Portal 6 conversou com os dois lados. Suspeito se defendeu dizendo que ele é o perseguido na história
O radialista Breno Marcelino Ferreira, conhecido em Formosa como Breno Berlutinny, está sendo investigado pela Polícia Civil (PC) por conta de xingamentos e comentários ofensivos feitos contra uma colega de trabalho.
“É muito fácil você me criticar, ‘Fiona do rádio’. Tá sentada com esse rabo gordo seu, cheio de estria, entendeu? E não tem coragem de levantar para poder acudir os mais humildes”, disse o repórter, em um áudio enviado no WhatsApp.
Alvo das ofensas, a também radialista Clicia Balbino de Sousa, de 31 anos, que trabalha na mesma rádio que Breno, afirmou, em entrevista ao Portal 6, ter sido vítima de racismo e perseguição por parte do suspeito, ao longo dos últimos meses.
Segundo ela, as desavenças se intensificaram após um desentendimento entre os dois, por conta de uma questão envolvendo a apuração de uma matéria.
“Meu chefe mandou eu verificar novamente uma situação que o Breno já tinha apurado, envolvendo umas ambulâncias. Eu fui, fiz o meu trabalho, mas deu um resultado bastante diferente do dele”, contou.
Assim, ela relatou que o colega passou a difamá-la com mais intensidade e recorrência nos grupos, tanto do trabalho, quanto da cidade.
Racismo
Em um dos áudios citados, Clícia afirmou ter sido chamada de “babuína”, em tom racista.
“Cê não tem coragem de enfrentar o povo igual eu enfrento. E quer me descredibilizar. E pode chorar, Clícia babuína!”, teria dito o radialista.
Outro lado
Questionado pela reportagem, o suspeito defendeu que, na verdade, ele é quem está sendo perseguido por conta do trabalho que realiza e que em nenhum momento proferiu ofensas de teor racista.
“Fiz um trocadilho e chamei de Baduína, uma vez que o sobrenome [dela] é Balbino”, justificou, lamentando o fato de a imprensa estar perseguindo a imprensa.
A vítima, que ainda trabalha no mesmo local que o suspeito, contou que denunciou o caso às autoridades, com cinco boletins de ocorrência distintos tendo sido abertos.
Também, relatou todo o ocorrido ao proprietário da rádio, em busca de uma solução. Entretanto, ele teria apenas orientado-a a sair dos grupos e “não procurar confusão”.
Medidas cautelares
A assessoria da PC informou à reportagem que o Termo Circunstanciado de Ocorrência do caso já foi lavrado e o caso segue sob análise do juizado especial criminal.
Clícia também informou à reportagem que, após buscar a PC, foram impostas medidas cautelares contra o radialista que, além da obrigação de comparecer em juízo, não deve manter contato com a vítima, nem realizar publicações se referindo a ela.