Arqueólogos encontram provável cemitério de africanos escravizados em igreja de Jaraguá; veja detalhes

Processo ocorreu durante obras de restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Davi Galvão Davi Galvão -
Arqueólogos encontram provável cemitério de africanos escravizados em igreja de Jaraguá; veja detalhes
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá. (Foto: Divulgação)

Durante as obras de restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, arqueólogos fizeram uma descoberta surpreendente. Em meio ao alicerce da estrutura, encontraram um cemitério repleto de restos mortais.

Com mais de dois séculos de história, as ossadas pertencem provavelmente a africanos escravizados e negros libertos, conforme os especialistas, e foram localizados sob o calçamento externo da igreja e em áreas internas.

O projeto, iniciado em abril deste ano, está sendo financiados pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um orçamento de R$ 3,5 milhões. A previsão de entrega é para 2025.

A descoberta ocorreu durante escavações realizadas para a instalação de um sistema de drenagem. Até o momento, 35 ossadas foram exumadas, e outros vários túmulos foram identificados.

Arqueólogos agora trabalham para extraírem mais detalhes e informações das ossadas. (Foto: Divulgação)

“Este achado não só reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, mas também nos conecta com as raízes de nossa história”, ressaltou a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes.

No interior da igreja, a remoção do piso de madeira revelou 56 campas funerárias numeradas. Segundo os especialistas, há cerca de 150 sepultamentos distribuídos nas laterais, no fundo e no pátio frontal.

Um dos desafios agora é preservar as informações contidas nos esqueletos, muitos deles em estado degradado devido à umidade do solo, que compromete a integridade dos ossos.

Nem todas as ossadas puderam ser removidas, mas as que foram exumadas passarão por análises laboratoriais para determinar dados como sexo e faixa etária. Em seguida, um trabalho de pesquisa histórica será conduzido com base em registros de batismo e óbito da época, para aprofundar o entendimento sobre as pessoas sepultadas ali.

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