Primeiro dia útil de retirada dos camelôs da 44 é de tranquilidade, mas situação pode mudar na terça (1°)

Burburinhos rondam entre lojistas, após decisão da Prefeitura de Goiânia de realocar os ambulantes como alternativa à ilegalidade

Thiago Alonso Thiago Alonso -
AEREA GOIANIA
Imagem mostra pessoas e roupas expostas na Região da 44. (Foto: Reprodução)

A segunda-feira (31) amanheceu como outro dia qualquer na Região da 44, um dos pontos de vendas mais fortes de Goiânia: um sol semi-estridente, lojas abertas e clima ameno.

No entanto, em meio às ruas e vielas da avenida, o que ronda são os burburinhos, devido à decisão da Prefeitura de Goiânia de retirar os camelôs da ilegalidade, conforme apontou a lojista Marluce Felizardo Pinheiro, que trabalha na região há oito anos.

“Na segunda-feira eles [camelôs] não vêm, mas o boato por aqui é bem forte, que vão tirar o pessoal e colocar nas galerias vazias”, disse a mulher, em entrevista ao Portal 6.

Na última quarta-feira (26), o prefeito Sandro Mabel (UB) definiu o prazo de quatro dias, finalizando nesta segunda-feira (31), para que estes trabalhadores informais deixassem os postos.

A proposta da gestão municipal é que vendedores ambulantes saiam das calçadas e passem a ocupar espaços vazios em galerias ou na Feira Hippie, adotando um sistema de ‘aluguel gradual’, onde inicialmente estes trabalhadores não pagariam pelas salas nos primeiros seis meses.

Depois de um tempo, os custos seriam adotados com descontos de forma gradual, chegando um momento em que os lojistas bancariam 30%, além do valor do condomínio. Com um ano e meio, os espaços ocupados deveriam ser pagos 100% por conta própria.

Apesar da proposta, Marluce relatou que a situação na região segue somente como boatos, ainda que muitos não acreditem na retirada efetiva dos ambulantes das ruas.

“Eu não acredito que vão sair. Eles já ficam há muito tempo, acho difícil acontecer algo. Mas a partir de amanhã devemos saber alguma coisa efetiva”, opinou.

Mesmo com a incerteza, a trabalhadora sustentou que a mudança na relação com os camelôs poderia resultar em uma “concorrência justa”.

“Eu acho que seria melhor se saíssem. Eles vêm aqui, trabalham de graça, não pagam aluguel, usam os banheiros das galerias, pegam até o nosso papel toalha e não pagam nada”, disse.

“Fica uma concorrência desleal. Se eles fossem para dentro das galerias seria melhor. Lá fora eles vendem os produtos com valores muito menores, não têm os custos que a gente tem. Se mudar isso, acredito que fica uma concorrência mais justa”, finalizou.

Contraproposta

Ao Portal 6, Ana Paula Barbosa de Oliveira, presidente da Associação dos Camelôs de Goiânia, rebateu as propostas de Sandro Mabel, alegando haver “outras alternativas” para resolver a questão.

Segundo ela, uma possibilidade é realocar os horários em que os ambulantes atuariam, sendo de segunda a sábado das 03h às 07h30 e das 17h às 21h, período em que as lojas já fecharam.

Apesar disso, a Prefeitura de Goiânia não pareceu adepta à contraproposta, cravando o prazo de segunda-feira (31) para a saída dos camelôs. Agora, resta saber os próximos passos desta novela.

Quer ficar por dentro de tudo o que está rolando na Grande Goiânia? Clique aqui e leia as últimas notícias de hoje!

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade