Diocese de Anápolis quebra silêncio sobre ‘restauração’ de imagem santa após enquadrada do Iphan

Ofício destacou a falta de conhecimento do órgão sobre os trabalhos de restauração, que descaracterizam elementos originais da peça

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Diocese de Anápolis quebra silêncio sobre ‘restauração’ de imagem santa após enquadrada do Iphan
Iphan se pronunciou sobre restauração da imagem da santa. (Foto: Divulgação/Iphan)

Após a polêmica sobre a restauração da imagem de Nossa Senhora das Dores, em Pirenópolis, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) definiu um prazo de 15 dias para que os responsáveis pela Igreja Nossa Senhora do Rosário recuperem a imagem.

O Portal 6 teve acesso ao ofício enviado na última sexta-feira (04) à Diocese de Anápolis, responsável pelo templo pirenopolino, em que a denúncia é enfatizada como “sem autorização” e “sem acompanhamento” das autoridades competentes.

No texto, direcionado ao bispo Dom João Wilk, o instituto reiterou que, durante uma vistoria realizada na Igreja Matriz em março deste ano, não foi informada sobre a necessidade de quaisquer trabalhos de restauros na peça.

Antes e depois da imagem de Nossa Senhora das Dores. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Além disso, foi destacado o fato da imagem, datada do século XVIII, ser tombada como patrimônio histórico e, por isso, precisaria do acompanhamento de um técnico habilitado para o trabalho.

“A seriedade do ocorrido requer medidas céleres para contenção do agravamento do estado de preservação da referida imagem. A preocupação com a pintura sem acompanhamento técnico se reforça pela importância da imagem e por ser um bem importante para a comunidade Católica de Pirenópolis”, diz o documento.

Caso as determinações não sejam cumpridas dentro do período de 15 dias, um processo fiscalizatório será aberto contra a administração católica, a fim de determinar o caso de forma cautelar.

O que diz a Diocese?

Em nota ao Portal 6, a Diocese de Anápolis afirmou já ter tomado conhecimento dos fatos, o qual a divisão definiu como “descaracterização de uma histórica imagem sacra” e que está “consciente de sua importância cultural e espiritual para as comunidades locais e para toda a sociedade”.

Além disso, a administração se prontificou em colocar a peça à disposição do Iphan para que os devidos esclarecimentos, assim como as análises técnicas, possam ser realizados.

Por fim, a Diocese reforçou que deve colaborar com os órgãos responsáveis, “reforçando seu compromisso na promoção do cuidado e da valorização do patrimônio histórico-religioso, fundamental para a cultura e a fé”.

Confira a nota na íntegra:

“A Diocese de Anápolis tomou conhecimento dos fatos relacionados à descaracterização de uma imagem sacra histórica na cidade de Pirenópolis (GO). Diante disso, reafirma seu compromisso fiel com a preservação do patrimônio histórico, artístico e religioso, ciente de sua importância cultural e espiritual para as comunidades locais e para toda a sociedade.

Informamos que a referida imagem será disponibilizada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a fim de que os devidos esclarecimentos e análises técnicas sejam realizados.

A Diocese de Anápolis coloca-se à disposição para colaborar com os órgãos responsáveis e reforça seu compromisso na promoção do cuidado e da valorização do patrimônio histórico-religioso, essencial para a cultura e a fé.”

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