Relatório de Inteligência da SSPGO aponta vínculo de Coronel Adailton com mega traficante em Goiás
Documento é o mesmo que descobriu que eventos dos colégios militares abasteciam os cofres de uma organização criminosa envolvendo policiais da ativa e da reserva


Finalizado em 2023, o “Relatório de Inteligência 43” produzido no âmbito da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) não descobriu apenas que eventos dos colégios militares abasteciam os cofres de uma organização criminosa envolvendo policiais da ativa e da reserva.
O mesmo documento apontou que o esquema era liderado pelo deputado Coronel Adailton (Solidariedade) e que ele mantinha vínculos com Natair de Morais Júnior, um dos maiores traficantes do estado.
Ambos estariam diretamente associados a Alto Rellevo e Patrícia Sarjes, empresas viciosamente direcionadas como parte da teia. Ambas especializadas na realização de eventos, tendo realizado 111 eventos em todo o Estado em uma década — com uma “ajudinha” e usufruto também do coronel Luciano Reis.
A esposa dele, Camila Maia Gomes, seria sócia oculta das duas empresas que venciam todas as disputas. Para completar, um terceiro nome do mundo do crime surge, com Patrícia Sarjes sendo sogra de Erick Pedro Caixeta da Costa, braço direito do traficante Natair, que acumula diversas passagens.
A teia secreta desmantelada pela investigação
Danilo Watanabe era sócio de Patrícia Sarjes e comparsa de Natair, com outra ligação entre eles pelo genro da proprietária. Também era sócia, porém oculta, a esposa de um coronel ainda na ativa, que fazia a ligação a Alto Rellevo, da qual era sócia.
Ele é réu de um processo cível, relativo a um cheque, movido por Patrícia Sarjes, e chegou a registrar um boletim de ocorrência pelo furto de contratos de uma formatura, ocorrida em 2018.
No comando de ambas as empresas, Camila Maia, esposa do então comandante do Comando de Ensino da PMGO, Luciano Souza, ainda estava lotada como assessora parlamentar no gabinete do Coronel Adailton.
Toda cadeia funcionava para beneficiar politicamente o deputado
A investigação aponta, entre outras coisas, a realização de lobby político pelo coronel, com ele sendo convidado para ser padrinho de turmas, comparecer às unidades e registrar vídeos institucionais — além de deixar panfletos durante o período eleitoral.
Também chama atenção o fato de cada colégio militar, por meio de suas respectivas Associações de Pais, Mestres e Funcionários (AMPF), ter contribuído com R$ 60 mil em espécie para o Gabinete do Comando Geral da PMGO.
Quando o tráfico de influência que favorecia as empresas nos colégios militares foi descoberto, revelando o coronel Luciano Souza como parte da trama, Adailton não deixou o amigo ser afastado e o indicou para Secretaria de Assistência Militar na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), com um salário de R$ 21 mil.
Vale ressaltar que, no gráfico de vínculos, montado pela investigação, é o Coronel Adailton quem ocupa a posição mais alta.
Nota 10
Para Denis Bimbati, promotor de Justiça responsável pelo recurso que resultou na prisão preventiva de um suspeito de estupro de vulnerável que havia sido liberado na audiência de custódia mesmo diante do flagrante do abuso de uma criança.
Nota Zero
Para Câmara Municipal de Anápolis, que se mantém em silêncio sobre o caso Luzimar Silva. O vereador tem usado o carro oficial que o Legislativo anapolino dispõe para alguns membros da Casa para “comprar” brinquedos em São Paulo e se divertir na cidade litorânea de Ubatuba.