Rede de supermercado comunica fechamento de mais de 40 unidades

Crise econômica internacional acelera transformações no varejo e coloca em xeque modelo tradicional dos negócios

Magno Oliver Magno Oliver -
Rede de supermercado comunica fechamento de mais de 40 unidades
(Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O setor de supermercados, historicamente visto como resistente a crises, começa a sentir os efeitos da nova conjuntura econômica global de 2025.

Marcas consolidadas estão sendo forçadas a encerrar unidades e redesenhar completamente suas estratégias diante de um cenário marcado por inflação persistente, retração do consumo e mudanças profundas no comportamento dos clientes.

O movimento mais recente veio da rede Alcampo, na Espanha, que anunciou o fechamento de 25 lojas físicas e a redução operacional de 15 hipermercados — totalizando mais de 40 unidades impactadas. Aproximadamente 710 funcionários serão afetados.

Segundo a imprensa especializada, a decisão é reflexo direto da fusão com unidades da rede DIA, realizada em 2023, cujos resultados ficaram aquém do esperado por conta da sobreposição de áreas atendidas e do desempenho fraco em pontos mal localizados.

Mais do que uma simples contenção de danos, o caso de Alcampo ilustra uma tendência que se espalha globalmente: a substituição de grandes estruturas físicas por formatos menores, mais dinâmicos e com forte integração digital.

A rede pretende modernizar mais de 60 lojas e lançar uma nova plataforma logística, que promete cortar custos e acelerar entregas — um movimento necessário para se manter competitiva num mercado onde a agilidade e a personalização da experiência do consumidor são diferenciais vitais.

Nos Estados Unidos, a crise econômica cobrou um preço ainda mais alto. A rede Daily Table, fundada com o propósito social de oferecer alimentos saudáveis e acessíveis, anunciou o fechamento total de suas operações após não conseguir atrair novos investimentos.

O reflexo para o Brasil e o futuro do setor

Economistas apontam que demissões e fechamentos de lojas no exterior podem parecer distantes, mas funcionam como um termômetro para o que está por vir no Brasil, especialmente para grandes redes varejistas que atuam em formatos tradicionais e ainda relutam em se adaptar às novas demandas do mercado.
O Brasil enfrenta em 2025 os mesmos vetores que pressionam a Europa e os Estados Unidos: famílias com menos poder de compra, digitalização acelerada das relações de consumo, novas expectativas sociais e ambientais dos clientes, além de uma juventude que valoriza praticidade e propósito. É nesse ambiente que redes supermercadistas precisarão operar daqui para frente.
Para estudiosos, a sobrevivência no setor passará por investimentos pesados em:
• tecnologia e automação, para reduzir custos e otimizar processos;
•estratégias omnichannel, que integrem loja física, delivery e e-commerce de forma fluida;
•formato de loja mais inteligente, com menos metros quadrados e mais eficiência;
•e posicionamento social coerente, com práticas sustentáveis, diversidade e acessibilidade.
Empresas que não se reinventarem correm o risco de ficarem obsoletas. Já aquelas que abraçarem a transformação, mesmo que com sacrifícios no curto prazo, tendem a encontrar novas oportunidades em um varejo cada vez mais conectado, exigente e em constante mutação.
Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e fique por dentro das últimas notícias!

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade