Ex-motorista de app aguarda há 21 dias UTI em Goiânia para fazer hemodiálise
Jovem contou ao Portal 6 que teve de voltar da Inglaterra para cuidar da saúde no país nativo por questões financeiras


A goiana Gabriela Sousa Soares, de 30 anos, vive uma situação dramática após retornar da Inglaterra. Isso porque ela está internada há mais de três semanas enquanto aguarda atendimento para realizar hemodiálise em Goiânia.
Ao Portal 6, a paciente destacou que descobriu ser portadora de insuficiência renal crônica e precisou retornar ao Brasil para conseguir o tratamento adequado. Contudo, um detalhe está travando a questão: a fila de regulação do município.
Longe de casa
Gabriela contou à reportagem que o motivo do retorno para ao país em que nasceu foi por extrema necessidade. “Não consegui entrar na fila de transplante na Inglaterra”, revelou, complementando que a situação financeira contribuiu e que voltou ao Brasil com ajuda do governo inglês.
Assim que retornou, procurou a rede de saúde da cidade natal, Bela Vista de Goiás, onde foi atendida e regulada para tratamento intensivo. “Recebi vaga para Itumbiara, muito longe da minha cidade, mas aceitei porque não posso ficar sem o tratamento”, citou.
A paciente aponta também que não está recebendo o tratamento ideal no município, tendo em vista a gravidade do caso, sendo necessário uma vaga de UTI em uma unidade de Goiânia. Além disso, ela, que era motorista de aplicativo, não tem conseguido trabalhar desde então.
Por fim, o caso teria ainda mais um agravante, tendo em vista que ela descobriu um gravidez de 8 semanas enquanto internada. Porém, o feto estava sem vida e acabou naturalmente expelido.
Agonia
Hoje, Gabriela e o noivo, que voltou com ela da Inglaterra, esperam que a regulação aconteça o mais rápido possível. “Sigo aqui aguardando a vaga para fazer hemodiálise”, anseia.
A jovem ainda confidenciou sobre estar longe de casa sem uma rede de apoio. “Desde que cheguei, não tive oportunidade nem de ver minha família. Desde então, estou apenas no hospital”, encerrou.
Na fila, sem previsão
Em contato com os responsáveis pelo caso de Gabriela, o Hospital Maternidade Terezinha de Jesus, organização social que administra o Hospital Estadual de Itumbiara, confirmou que a paciente está aguardando liberação de vaga em serviço de diálise ambulatorial.
A Secretária de Estado da Saúde (SES) ratificou a informação, mas ressaltou que Gabriela estaria recebendo “todo o tratamento necessário, inclusive as sessões de hemodiálises no hospital de origem, sem prejuízo aos demais atendimentos.”
Além disso, para o serviço de hemodiálise ambulatorial, a pasta apontou que a solicitação da vaga foi feita para a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), onde Gabriela receberá o atendimento.
Questionada, a SMS admitiu o cadastro da solicitação da paciente no Complexo Regulador Municipal. Entretanto, informaram que a vaga será oferecida “conforme a prioridade do caso”, sem informar qual seria o lugar de Gabriela na fila de espera.
Segue a íntegra das notas:
Hospital Maternidade Terezinha de Jesus (HMTJ)
Paciente renal crônica dialítica, estável, internada aguardando liberação de vaga em serviço de diálise ambulatorial.
Secretaria de Estado da Saúde (SES)
A paciente encontra-se internada, recebendo todo o tratamento necessário, inclusive as sessões de hemodiálises no hospital de origem, sem prejuizo aos demais atendimentos. A solitação da vaga para serviço específico é atribuição da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de residência da paciente, tendo sido feita para a regulação de Goiânia, onde aguarda ser chamada para atendimento em unidade do município.
Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS)
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que a paciente G.S.S. tem solicitação de hemodiálise ambulatorial cadastrada no Complexo Regulador Municipal e que a vaga será oferecida conforme a prioridade do caso.
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