Só quem é de Goiás vai entender essas 6 palavras que usamos todo dia

Expressões como “piqui” e “butina” carregam a alma do goiano

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Só quem é de Goiás vai entender essas 6 palavras que usamos todo dia
(Foto: Reprodução/YouTube)

Você pode até nunca ter pisado em Goiás, mas com certeza já esbarrou em alguma expressão típica do estado, seja numa conversa de esquina, numa receita passada de geração ou até em alguma música sertaneja. Goiás não é só berço do cerrado e da dupla Jorge e Mateus; é também guardião de um dialeto próprio, cheio de palavras que contam histórias, carregam tradições e revelam a essência de um povo que tem orgulho de suas raízes.

A origem desse vocabulário singular é resultado de uma mistura rica entre culturas indígenas, africanas, sertanejas e caipiras. Desde o período colonial, Goiás ocupou uma posição estratégica na ocupação do interior do Brasil. O encontro de bandeirantes paulistas com comunidades indígenas e quilombolas formou um caldeirão cultural que, ao longo dos séculos, moldou o jeito goiano de falar, direto, colorido e cheio de identidade.

Para quem é de fora, algumas palavras podem soar engraçadas, confusas ou até indecifráveis. Mas para quem nasceu e cresceu nesse chão vermelho, elas são parte do cotidiano, ditas com naturalidade, como quem toma um café coado ou come um pequi com arroz.

A seguir, listamos seis dessas palavras que só quem é de Goiás vai entender de verdade, e talvez até sinta um quentinho no peito ao ler.

Só quem é de Goiás vai entender essas 6 palavras que usamos todo dia

1. Butina

Em Goiás, ninguém fala “bota”.

É butina mesmo, e ela vai do pé do peão ao do trabalhador da cidade. Mais que um calçado, é um símbolo de identidade, é a escolha certeira para a Festa do Divino, a cavalgada e até o dia de ir ao supermercado.

2. Arreda

“Arreda pra lá, menino!” Quem escuta isso entende na hora que é melhor sair do caminho.

Herança do português arcaico, o verbo “arredar” segue vivo no vocabulário goiano como sinônimo de afastar, puxar ou sair do lugar.

3. Pequi

Mais que uma fruta, o pequi é patrimônio afetivo.

Presente nas mesas desde o tempo das comitivas, o cheiro forte e o sabor marcante dividem opiniões, mas quem é goiano de verdade não apenas gosta: ama, e defende com unhas e dentes.

4. Trenzim

Aqui, trem não é só o que anda em trilhos.

É um coringa linguístico. Serve para tudo: “me passa aquele trenzim ali”, “tem um trem errado nisso”, “vou ali resolver um trem”. E o “-zim” ainda dá um toque de afeto.

5. Lambari

Peixe pequeno de rio que dá nome a várias expressões, inclusive quando alguém é considerado “lambari demais pra esse anzol”, ou seja, ainda não está pronto para um desafio.

No interior goiano, lambari é papo sério e vira até desculpa para pescar e jogar conversa fora.

6. Muié

É assim mesmo que se fala: muié, sem rodeios, sem formalidades.

Palavra carregada de carinho, pode ser a esposa, a mãe, a vizinha ou qualquer figura feminina do dia a dia. sempre dita com o sotaque arrastado e cheio de melodia do goianês.

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Anna Júlia Steckelberg

Anna Júlia Steckelberg

Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Goiás e redatora do Portal 6 desde 2021.

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