Família de jovem morta durante tentativa de aborto em Ceres poderá receber indenização de dentista e técnica de enfermagem
Casal foi denunciado pelo MPGO, que também busca reparação por danos morais e materiais

O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou um dentista e uma técnica de enfermagem, ambos de 23 anos, pela morte de Gabriela Patrícia de Jesus Silva, de 20 anos, durante uma tentativa de aborto clandestino em Ceres.
Além de responderem por homicídio qualificado e aborto provocado, eles poderão ter de pagar R$ 50 mil cada em indenização à família da vítima.
A denúncia foi oferecida pela promotora de Justiça Bárbara Olavia Scarpelli na sexta-feira (16). Segundo o MPGO, o casal realizou o procedimento no quarto de um motel, utilizando um medicamento de uso oral que foi diluído em soro e aplicado por via intravenosa — um método totalmente contraindicado e de alto risco.
Gabriela sofreu convulsões e paradas cardiorrespiratórias, chegou a ser levada à UPA de Ceres em estado gravíssimo, mas não resistiu. Para o MPGO, o crime configura homicídio qualificado, já que o produto, quando administrado dessa forma, age como substância análoga a veneno.
A acusação reforça que os dois, por serem profissionais da saúde, tinham pleno conhecimento do perigo e ainda assim assumiram o risco de provocar o resultado fatal ao realizar o procedimento em um ambiente impróprio, sem qualquer suporte médico.
O MPGO denunciou o casal com base nos artigos 126 (aborto provocado) e 121, §2º, inciso III (homicídio qualificado) do Código Penal, em concurso material. O pedido de indenização mínima de R$ 50 mil por cada acusado busca reparar danos morais e materiais à família da jovem.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados porque a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça.
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