Conheça a cidade mais velha de Goiás e que uma vez por ano é a capital de Goiás

História que encanta, arquitetura que respira e um dia em que a cidade retoma os poderes do Estado

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Imagem mostra rua da cidade de Goiás. (Foto: Produtora 3 em 3/ Reprodução)
Imagem mostra rua da cidade de Goiás. (Foto: Produtora 3 em 3/ Reprodução)

A Cidade de Goiás, hoje gentilmente chamada de Goiás Velho, carrega no nome e nos paralelepípedos todo o peso do passado vivaz do Estado.

Surgiu como Arraial de Sant’Ana, em 1727, fruto da corrida do ouro liderada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho. Elevada a vila apenas em 1736 por carta régia, e sendo a primeira capital de fato da capitania, veio a se tornar cidade em 1818, com publicação oficial em 1918. Um berço colonial que mantém viva a alma do Brasil setecentista com 300 anos de idade.

Este pedaço de história se move no tempo: uma vez por ano, a antiga capital reaparece como protagonista. Desde 1961, por decreto do governador Mauro Borges, o Palácio Conde dos Arcos torna-se sede simbólica do governo estadual por dois dias na última semana de julho, quando se celebra o aniversário da cidade em 25 de julho. Desta forma, por breve tempo, Goiás Velho reconquista o status de capital histórica, um resgate simbólico que se mistura à celebração urbana.

Conheça a cidade mais velha de Goiás e que uma vez por ano é a capital de Goiás

Rua na Cidade de Goiás. (Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura de Goiás)

Andar por suas ruas é como folhear um livro aberto: casarões barrocos, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e o próprio Palácio dos Arcos, construídos entre 1735 e 1759, convidam à contemplação. Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 2001, a cidade preserva seu casario, ruelas de pedra e atmosfera arcaica com maestria.

E se a história campa solta sobre os paralelepípedos, a programação cultural dá ritmo ao passado. Nos dias em torno de 25 de julho, há missas, celebrações religiosas, eventos culturais e a instalação simbólica dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, um ritual que revive a velha capital, um convite ao visitante para “tomar a cidade” por alguns dias.

Por trás da lenda e das fachadas coloniais, Goiás Velho ainda esbanja poesia viva: o Museu da Casa de Cora Coralina, que abriga objetos pessoais da poetisa que eternizou a cidade; o Museu das Bandeiras e a Igreja de Santa Bárbara, com seu estilo barroco exuberante e vistas panorâmicas sobre o Rio Vermelho.

Percorrer a Cidade de Goiás é viajar no tempo. Em cada esquina, um vestígio colonial; em cada canto, um eco do Estado que foi. Uma experiência que mistura charme, memória e uma pitada de poder, ainda que simbólico, quando a cidade volta a ser capital. Para quem busca algo mais do que roteiro turístico, ela oferece história de verdade, com pulsação, beleza e alma goiana.

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Anna Júlia Steckelberg

Anna Júlia Steckelberg

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com Portal 6 desde 2021.

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