Conheça como é feito o café mais caro do mundo e avalie se vale mesmo a pena pagar o preço

Além do preço elevado, o processo de produção chama atenção tanto pela peculiaridade quanto pelas polêmicas que envolvem o tratamento dos animais

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Conheça como é feito o café mais caro do mundo e avalie se vale mesmo a pena pagar o preço
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

O café mais caro do mundo desperta curiosidade em qualquer apaixonado pela bebida.

Afinal, como pode um simples grão chegar a custar até R$ 14.700 o quilo? Estamos falando do famoso Kopi Luwak, também chamado de café de civeta.

Além do preço elevado, o processo de produção chama atenção tanto pela peculiaridade quanto pelas polêmicas que envolvem o tratamento dos animais.

Mas será que realmente vale a pena pagar tão caro por uma xícara?

Conheça como é feito o café mais caro do mundo e avalie se vale mesmo a pena pagar o preço

Conheça como é feito o café mais caro do mundo e avalie se vale mesmo a pena pagar o preço

(Foto: Reprodução/YouTube/Canal AFP Português)

O café mais caro do mundo é originário da Indonésia e feito a partir da digestão parcial de grãos de café pelas civetas, pequenos mamíferos noturnos que vivem na Ásia e na África. Os animais comem o fruto do café, mas não digerem o grão. Durante o processo, enzimas presentes em seu estômago alteram a composição do grão, resultando em um sabor considerado mais suave e menos amargo. Depois que a civeta elimina os grãos em suas fezes, eles são coletados, higienizados, torrados e vendidos como uma iguaria.

A polêmica da produção em cativeiro

Apesar do fascínio, há um problema sério na produção do café mais caro do mundo. Para atender a alta demanda, muitos produtores capturam civetas e as mantêm em jaulas de ferro. Nessas condições, os animais sofrem, pois deixam de seguir seus hábitos noturnos e ainda recebem uma alimentação forçada baseada apenas nos frutos do café. Esse confinamento provoca estresse, doenças e reduz a qualidade de vida das civetas.

Como garantir um consumo ético

A boa notícia é que existem alternativas para quem deseja experimentar o café mais caro do mundo sem contribuir para a crueldade animal. Certificações específicas garantem que os grãos sejam coletados de forma ética, respeitando o bem-estar das civetas. A marca Gayo Kopi Luwak, por exemplo, produz o café a partir de civetas que vivem livres nas florestas tropicais da Indonésia. Nesse caso, os agricultores apenas recolhem os grãos deixados pelos animais na natureza, sem prejudicar seu ciclo de vida. Esse café certificado custa em torno de R$ 3.700 o quilo, ainda caro, mas produzido de maneira responsável.

O papel das campanhas internacionais

Organizações como a World Animal Protection têm pressionado pelo fim do comércio de café obtido de civetas mantidas em cativeiro. Graças a essa mobilização, atacadistas de países como Reino Unido e Holanda já retiraram o produto de suas prateleiras. Essa é uma forma de mostrar que os consumidores têm poder de decisão e podem influenciar diretamente os métodos de produção.

Vale a pena pagar o preço?

Essa é uma decisão pessoal. Para muitos, provar o café mais caro do mundo é uma experiência única, digna de curiosidade. Para outros, o valor não compensa, especialmente diante das polêmicas que envolvem sua produção. Se a ideia é experimentar, a dica é procurar marcas certificadas, que oferecem o mesmo sabor sofisticado sem crueldade animal.

O café mais caro do mundo é um verdadeiro luxo gastronômico, mas que levanta debates importantes sobre ética e consumo consciente. Se você deseja experimentar, busque sempre informações sobre a origem e opte por versões certificadas, que garantem qualidade e respeito à vida animal.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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