Entre lições e sorrisos: professores contam momentos que marcaram suas trajetórias

Histórias inspiradoras revelam como o ato de ensinar vai muito além dos livros e das salas de aula

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Entre lições e sorrisos: professores contam momentos que marcaram suas trajetórias
Imagem mostra, à esquerda, professora Elaine Galvão e, à direita, professor Leandro Hall. (Fotos: Arquivos Pessoais)

Desde 1827, o dia 15 de outubro no Brasil — data em que foi sancionada a lei que criou as primeiras escolas — ganhou um novo significado, celebrando a vida e a carreira daqueles que optaram pela famosa “profissão que forma as outras”: os professores.

É dentro das salas de aula que esses profissionais assumem o papel de transmissores do conhecimento e, em muitos casos, representam uma figura amigável e familiar, incentivando desde a alfabetização e até na formação pessoal.

Para celebrar essa data, o Portal 6 conversou com alguns docentes do estado, que relembraram momentos marcantes vivenciados ao longo da profissão.

Mesmo atuando na área pedagógica há 20 anos, a professora e servidora pública Elaine Galvão, de 52 anos, ainda se surpreende e se emociona com as evoluções, histórias e o impacto da profissão na vida dos alunos.

Atualmente atendendo estudantes com dificuldades de aprendizagem na biblioteca de uma escola em Anápolis, a docente relembra um caso recente, ocorrido no sábado (11), durante uma comemoração ao Dia das Crianças. O que seria um dia de brincadeiras virou uma oportunidade de aprendizado para um aluno do quarta ano.

“No dia 11 estava tendo uma comemoração do Dia das Crianças na escola. Cada professor fez uma dinâmica, e eu sabia que os alunos não iriam até lá [na biblioteca]. Mas um aluno do quarto ano chegou e, como viu o desempenho de uma aluna da turma dele, pediu: ‘Tia, você pode me ensinar a conta de dividir?’. […] Para saber dividir, ele tem que saber adição, subtração… e ele não sabia. Então comecei um trabalho do zero. Foi num dia de brincadeira que ele viu a oportunidade de aprender”, destacou.

Ela também reflete sobre um acontecimento similar, após atender uma aluna do terceiro ano que apresentava dificuldades de aprendizado. Em apenas duas semanas de trabalho, a pequena começou a ler palavras simples.

“Ser professor é encantar-se com o desenvolvimento integral do aluno, ou seja, para além das questões meramente pedagógicas. É uma honra poder contribuir fazendo parte de uma política pública tão importante. É uma missão que gera transformação. Olhar no rosto de cada aluno e perceber, pelo seu sorriso, uma demonstração de gratidão ao ser inserido no mundo das letras nos faz superar todos os desafios e possíveis limitações existentes”, reflete.

No caso do professor de Artes, Leandro Hall, de 42 anos, a história tem um caráter mais pessoal. Além da especialização na área, ele também atua, há sete anos, como orientador de equipes de robótica em escolas de Goiás — em grupos que conquistaram prêmios internacionais.

Ele relembra um áudio recente, recebido de um ex-integrante de uma das equipes que, anos mais tarde, decidiu seguir os mesmos passos do professor, tornando-se também orientador na área, e justamente na escola onde Leandro lecionava, em Goiânia.

“Recebi uma mensagem dele semana passada, dizendo: ‘Há 7 anos, um professor de Artes que trabalhava com robótica entrou na sala da escola falando que havia vagas para as equipes de robótica. Agora, sete anos depois, estou entrando na empresa onde ele trabalhou como um dos responsáveis pela robótica na instituição’. Isso me marcou bastante […] Fico muito feliz de ver esse aluno — que hoje é um amigo e considero como um filho — desenvolvendo essas atividades”, relata.

Leandro também reflete sobre a importância do papel do educador em estimular os alunos e apresentar outras realidades que vão além da sala de aula.

“Acho que esse é o nosso papel como educadores: estimular os alunos, mostrar outras realidades por meio da educação. Quando ela é feita com amor e empenho, transforma. […] Fico muito feliz de ter transformado um pouquinho dessas vidas, de ter plantado ali uma sementinha”, finaliza.

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Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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