Cidade brasileira com 160 mil km² está entre as três que mais emitem gases do efeito estufa no mundo
Apesar de seu território imenso e de sua importância estratégica para a Amazônia, ela também figura entre as maiores emissoras de gases do efeito estufa do planeta

Uma cidade brasileira acaba de chamar a atenção do mundo por um motivo alarmante.
Apesar de seu território imenso e de sua importância estratégica para a Amazônia, ela também figura entre as maiores emissoras de gases do efeito estufa do planeta.
Esse contraste entre grandeza natural e impacto ambiental levanta um alerta sobre como o desmatamento e o avanço econômico desordenado continuam ameaçando o equilíbrio climático.
Cidade brasileira com 160 mil km² está entre as três que mais emitem gases do efeito estufa no mundo
Estamos falando de Altamira, no sudoeste do Pará.
Essa cidade brasileira impressiona por seus números: com 159,5 mil km², ela é a terceira maior cidade do mundo em extensão territorial — maior até que países como Portugal, Irlanda, Islândia e Suíça.
No entanto, por trás dessa grandiosidade, há uma realidade preocupante.
Segundo dados do Observatório do Clima e do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), Altamira é a cidade brasileira que mais libera gases de efeito estufa (GEE).
Somente em 2019, foram mais de 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) lançadas na atmosfera. O principal vilão?
O desmatamento, agravado por queimadas, expansão agropecuária e extração ilegal de madeira.
O problema não é isolado. Das dez cidades que mais emitem gases de efeito estufa no Brasil, oito estão na Amazônia.
Além de Altamira, o ranking inclui São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM), Pacajá (PA), Novo Progresso (PA), Colniza (MT) e Apuí (AM).
Já São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na lista por causa da concentração urbana e das emissões do setor energético.
Amazônia sob pressão
Altamira é um retrato dos desafios da Amazônia.
O município enfrenta uma combinação de fatores críticos: avanço do desmatamento, disputas de terra, pobreza urbana e conflitos sociais.
Com mais de 126 mil habitantes, a cidade já registrou índices de violência três vezes acima da média nacional — reflexo da pressão por território e recursos naturais.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, intensificou essas tensões.
O empreendimento alterou o curso do rio, afetou ecossistemas inteiros e comprometeu a subsistência de comunidades ribeirinhas e indígenas.
Um estudo da revista Conservation Biology revelou que a usina contribuiu para o aumento da seca e a redução da pesca tradicional, mudando o modo de vida local.
A empresa responsável, Norte Energia, contesta os dados, alegando que os impactos já haviam sido previstos e compensados.
Terra indígena e resistência cultural
Apesar das dificuldades, Altamira é também sinônimo de resistência.
O município abriga 52 aldeias indígenas, como Arara, Iriri, Kararaô, Kwatinemu, Marupai e Tukaya — comunidades que mantêm viva a cultura ancestral e lutam diariamente pela preservação da floresta.
Em 2025, Altamira foi palco dos Jogos Indígenas do Xingu, reunindo 14 etnias em celebrações esportivas, danças e rituais.
O evento simbolizou a força dos povos originários diante das ameaças ambientais e sociais que se intensificam na região.
A “Princesinha do Xingu”
Conhecida como “Princesinha do Xingu”, Altamira se estende às margens do rio que dá nome à cidade.
É um território de contrastes: de um lado, uma beleza natural exuberante; de outro, o impacto crescente das atividades humanas.
Essa cidade brasileira se tornou o espelho do dilema amazônico — entre o desenvolvimento econômico e a urgência climática.
À medida que o mundo busca reduzir as emissões e conter o aquecimento global, o futuro de Altamira será decisivo não apenas para o Pará, mas para todo o planeta.
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