Filme “Mada e Bia” vence o Prêmio Margarida de Prata, consolidando Goiás no mapa do cinema humanitário
Prêmio Margarida de Prata reconhece produções comprometidas com os direitos humanos e com a liberdade de expressão

O longa-metragem Mada e Bia, dirigido e roteirizado pela cineasta Dagmar Olmo Talga, foi o grande vencedor do Prêmio Margarida de Prata, uma das mais tradicionais e prestigiadas honrarias do cinema brasileiro.
Os(as) vencedores(as) da 55ª edição dos Prêmios de Comunicação da CNBB foram anunciados(as) no domingo (23), durante cerimônia no Teatro Tuca Arena, em São Paulo, com transmissão nacional pelos canais e plataformas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Entre produções de todo o país, Mada e Bia se destacou pela força narrativa, pela relevância histórica e pelo impacto social, reafirmando o vigor e a maturidade da produção cinematográfica de Goiás.
“A vitória representa não apenas o reconhecimento de uma obra, mas a afirmação de um cinema regional que tem conquistado festivais, ampliado sua diversidade estética e se consolidado no cenário nacional e internacional”, defende Dagmar.
O filme narra a trajetória de Irmã Marie Madeleine Hausser (Mada) e Irmã Béatrice Kruch (Bia), religiosas francesas da Alsácia que chegaram ao Brasil em 1967, em plena ditadura militar.
Tornaram-se símbolo de luta e resistência, dedicando suas vidas às comunidades mais vulneráveis, especialmente no campo, atuando pela defesa dos direitos humanos, do território e da dignidade dos povos, em articulação com nomes históricos como Dom Pedro Casaldáliga, Dom Tomás Balduino, Padre Josimo, Dona Raimunda Quebradeira de Coco, entre tantos outros(as).
Com realização da Essá Filmes, da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e das Irmãs da Divina Providência de Ribeauvillé, o longa contou com produção executiva de Frei José Fernandes Alves, OP, e participação especial da atriz Dira Paes, que contribuiu voluntariamente para o projeto.

Conquista de Mada e Bia inscreve Goiás no seleto grupo de estados que já receberam o Margarida de Prata. (Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)
Vitória histórica para o audiovisual goiano
A conquista de Mada e Bia inscreve Goiás no seleto grupo de estados que já receberam o Margarida de Prata, prêmio criado em 1967, em plena ditadura Militar, para apoiar produções comprometidas com os direitos humanos e com a liberdade de expressão.
Em mais de seis décadas, o troféu já reconheceu clássicos absolutos como Central do Brasil, Eles não Usam Black-Tie, Morte e Vida Severina, Bicho de Sete Cabeças, Em Nome da Razão, etc,.
Essa é a segunda vez que Dagmar Olmo Talga vence o prêmio. Em 2019, ela recebeu a mesma honraria pelo longa O Voo da Primavera, obra que recontou a vida e a luta de Dom Tomás Balduino, bispo da Cidade de Goiás.
O bicampeonato reforça a relevância da diretora e o protagonismo de narrativas produzidas em solo goiano, conectadas ao território, à memória e às lutas sociais do Brasil.
Dagmar, conta ainda que a obra “levou sete anos para ser finalizada. Mada e Bia é fruto de um esforço coletivo e solidário. Feito com recursos reduzidos e apoio de profissionais voluntários”.
O filme teve gravações no Brasil e na França. Desde sua pré-estreia no 9º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira (FIA CINEFRONT 2024), o longa já percorreu mais de 40 festivais nacionais e internacionais, passando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, São Luís, Brasília, Palmas, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Los Angeles, Nova York, Londres e Moscou.
Sinopse
Mada e Bia conta a história de duas religiosas francesas que, desde 1967, dedicam suas vidas às populações vulneráveis do Brasil. Símbolos de resistência durante a ditadura militar, elas enfrentam conflitos sociais no campo, atuando na Comissão Pastoral da Terra e ao lado de figuras históricas da luta pela justiça e pelos direitos humanos.
Brasil/França. 83 min. 2024.
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